As mentiras mais perniciosas são as que
se beneficiam do emprego de meias verdades,
pois elas somente podem ser refutadas por quem
seja capaz de lhes acrescentar as metades suprimidas.
Carlos Hernán Tercero
Isto posto, muitas das frases e trechos de discursos de Lula et caterva nós sabemos, são na realidade meias verdades. Assim me reservei o direito de completar algumas dessas frases com as metades por ele suprimidas.As meias verdades dele estão em vermelho.Eu completei em azul.
“Nunca antes neste país” houve tanta distribuição de renda , ás custas dos impostos pagos pela classe média que empobreceu mais de 10% nestes últimos 4 anos.
"Nunca antes neste país os bancos tiveram tantos lucros, os impostos escorcharam tanto o bolso do contribuinte, contradizendo a promessa que me conduziu à vitória em 2002.”
“Nunca antes neste país” mais crianças foram matriculadas na escola;(isso eu sabia mas não disse) que o índice de crianças matriculadas passou de 88% em 1994 para 97% em 2002. Hoje continua em 97%.Não mudou nada.Eu menti para vocês.
“Nunca antes neste país” extraiu-se mais petróleo , resultado de uma política de longo prazo da Petrobrás, que se iniciou em 1978 no governo Geisel, acelerada com a descoberta das reservas da bacia de Campos e Santos, na década de 90.
“Nunca antes neste país” se combateu tanto a corrupção. Em compensação, nunca antes neste país se viu tantos políticos comprando e vendendo votos.Nunca antes neste país se viu tantas pessoas ligadas em linha direta a um presidente da República passando por acusações gravíssimas de corrupção e uso indevido de privilégios na distribuição dos cargos públicos. Nunca antes neste país se ouviu tanta mentira diante das Comissões Parlamentares de Inquérito do Congresso Nacional. Nunca antes neste país se viu tantos políticos renunciando a seus mandatos a tempo de não serem cassados e irem para a televisão como réus confessos, pedindo mais uma chance.
“No nosso primeiro governo, conseguimos implantar um modelo de desenvolvimento firmado na estabilidade, no crescimento do emprego e do salário, na diminuição da pobreza e na melhoria da distribuição de renda.” Esse modelo de desenvolvimento é comumente chamado de Plano Real, do qual copiamos a idéia. Mas saibam meus amigos, que nunca antes neste país a máquina governamental ficou tão inchada, mas também nunca neste país a indústria interna foi tão assolada pelas importações, produto de uma política de controle de juros e da supervalorização “irreal” do real.
Em que momento de nossa história tivemos uma conjugação tão favorável e auspiciosa: de inflação baixa; crescimento das exportações; expansão do mercado interno, com aumento do consumo popular e do crédito; e ampliação do emprego e da renda dos trabalhadores?Eu respondo a vocês: No início do Plano Real em 1994/1995, no Plano Cruzado em 1984, entre os anos de 1970 e 1977, no chamado “milagre brasileiro”.
“O trabalhador brasileiro ainda não ganha o que realmente merece, mas temos hoje um dos mais altos salários mínimos das últimas décadas, graças ao dólar hipervalorizado e os trabalhadores do funcionalismo público ligados à CUT obtiveram ganhos reais em 90% das negociações salariais nestes últimos quatro anos, aumentando os gastos do governo às custas do erário .
“Criamos mais de 100 mil empregos por mês com carteira assinada, sem falar das ocupações informais e daquelas geradas pela agricultura familiar, totalizando mais de 7 milhões de novos postos de trabalho.Explicando melhor, os empregos com carteira assinada totalizaram 4,5 milhões.Os 2,5 milhões gerados na informalidade e na agricultura familiar, meus amigos, é mero chute meu.Por outro lado, essa quantidade de empregos não foi suficiente para diminuir a taxa de desemprego no Brasil, que hoje é exatamente igual à do final do governo anterior ao meu.
“O Brasil é uma nação mais respeitada, com inserção criativa e soberana no mundo.Não sei porque não me deram muita bola em Davos. Acho que é inveja”
“O fornecimento de energia nos próximos dez anos está garantido pelos projetos em andamento e pelos novos e ambiciosos projetos que serão licitados em 2007.É importante avisar que estes projetos só começarão a gerar energia, caso concluídos e se a iniciativa privada topar, a partir de 2012.”
“O Bolsa Família, principal instrumento do Fome Zero --saudado pelas comunidades pobres e criticado por alguns setores privilegiados-- teve duplo efeito. Por um lado, retirou da miséria milhões de homens e mulheres que com esse dinheiro, conseguiram comprar 2 cestas básicas por mês para uma família de 4 pessoas.Por outro lado, empobreceu a classe média antes privilegiada, que acreditem, um dia vai ter que aderir ao Bolsa-Família.Mas eu também soube que muitos preferiram comprar com esse dinheiro, telefones celulares pré-pagos ou TV de 29 polegadas em prestação nas Casas Bahia em vez de comida.