1995 até hoje
O interessante com o passar dos anos é que o pessoal e o profissional começam a se misturar cada vez mais. O fato de você ter uma empresa própria, trabalhar como profissional liberal , “por conta” como se diz no popular, implica em trazer a família para mais perto dos problemas de trabalho. A verdadeira montanha russa que é atuar neste mercado altamente competitivo, numa economia altamente instável como a brasileira, onde não se consegue fazer um planejamento financeiro da empresa que enxergue horizontes além de seis meses faz com que você procure conscientizar a família (que depende de você), destas incertezas. É difícil conscientizar um jovem filho, criado no melhor ambiente pequeno burguês, estudando em boas (e caras) escolas particulares que o mundo que era bom passa a ser mau.E que a relativa estabilidade financeira familiar que perdurou por mais de 15 anos, passa a ser uma relativa "instabilidade" financeira. Fazer as pessoas aceitarem esta mudança de ponto de vista acaba gerando atritos e inconformismos. Daí vêm os palpites, cobranças, questionamentos.
Aliado a isto, vêm as escolhas erradas de parceiros e colaboradores profissionais baseadas apenas no sentimento e não no pragmatismo, um grave defeito meu, dizem alguns amigos e familiares (sou teimoso, até hoje não acho isto). Mas estamos aqui nesta vida para aprender com ela e adquirir experiências sejam elas boas ou más.
Os seus erros e acertos profissionais acabam refletindo-se quase que imediatamente na sua vida pessoal, principalmente no aspecto financeiro e o sábio ditado “em casa onde falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão” acaba se confirmando.
O fato é que como tudo passa nesta vida, os últimos quatro anos, com o consequente amadurecimento pessoal e familiar advindos dos altos e baixos pecuniários e emocionais anteriores constituem-se até agora nos melhores anos desta vida.
Não que os altos e baixos pecuniários tenham acabado. Pelo contrário. As fases baixas são mais longas que as fases altas. A soma não dá para dizer que o futuro é cor-de-rosa.Hoje está mais para vermelho (risos incontidos). Eu já há um bom tempo me conscientizei que tenho que trabalhar para sobreviver pelo menos mais dez anos do que eu pensava há dez anos atrás. Trabalhar por diletantismo, por hobby? Parafraseando Fernando Gabeira, que que é isso, companheiro?
A família, em vez de diminuir, aumentou. Ganhei um genro e dois cachorros. Até o novo casal se estabilizar tem um tempo. Devemos dar apoio. E os cachorros devem viver mais uns dez anos pelo menos e custa caro manter a conta do pet shop e do veterinário.
Enfim, chegamos ao presente. O melhor de tudo isso que contei até agora foi constatar que o meu bom humor não mudou.A minha compulsão de ajudar as pessoas também. O humor é mais cáustico porém continua bom humor. Tenho hoje uma visão mais humanista do que cartesiana do mundo e do país em que vivemos. Porisso, tomei a iniciativa de participar e entender melhor os aspectos sociais e políticos que tanto influem em nossas vidas pessoais e profissionais. Assim o farei, sem um engajamento profundo mas sim como contribuição.
Dizem que sou bom contador de “causos” e tentarei daqui por diante justificar esta fama. Meus futuros posts serão somente “causos”. Sem me ater à linha do tempo. Espero poder entreter os leitores deste blog. Mas se não conseguir, paciência. Continuarão a ser registros que considero importantes para mim.
Até o próximo “causo”
CONSIDERAÇÕES CRÍTICAS DA POLÍTICA BRASILEIRA. BONS POLÍTICOS NO BRASIL SÃO QUE NEM MIRAGENS.QUANDO A GENTE PENSA QUE EXISTEM, SE ESVAEM COMO FUMAÇA.
Translator
sexta-feira, setembro 24, 2004
quarta-feira, setembro 15, 2004
Reminiscências Profissionais(4)
1995/1996
Vôo solo
Pela segunda vez na vida profissional, parti para um vôo solo. Diferentemente da primeira vez, onde tínhamos uma recessão braba, dentro da nova experiência do Plano Real, país em retomada de crescimento, globalização em curso, 10 anos mais velho, bem mais experiente no trato comercial e gerencial. A idéia acalentada já há um ano, era aproveitar a onda, com uma lista de contatos comerciais bem ampla. Fundei minha empresa em associação com um colega de faculdade também ex-colega da minha ex-empregadora, doravante chamada de “viúva”. Naturalmente, este primeiro ano foi de resultado “quase zero” com algumas consultorias aqui e ali. Consegui para o meu colega uma consultoria como terceirizado na “viúva”, no projeto do túnel Jânio Quadros. Quando “alguéns et caterva” lá na “viúva” souberam que eu de alguma forma estava ligado a ele, tentaram cancelar o contrato e chegaram a falar que o motivo era que eu seria “persona non grata” na empresa. Quanta baixaria!!! Realmente, a "viúva" não era mais a mesma. Eu havia juntado um pequeno “pé-de-meia” que serviu de capital de giro. Em 1996, o primeiro grande contrato com uma multinacional, conseguido através de amigos que lá haviam trabalhado. Amigos estes que depois viriam a ser “associados”. Neste mesmo ano, através de meus contatos, consegui um grande contrato com uma multinacional francesa “roubando” este contrato da “viúva”. Este cliente permaneceu conosco até 2002 quando saiu do Brasil por conta das incertezas econômicas de nosso país.
A experiência como empresário se comparada à de empregado é muito mais rica. Se por um lado, como empregado, você tem uma certa estabilidade, direitos garantidos, a posição de executivo exige dedicação além da conta. Saí da “viúva” com 3 férias vencidas, ou seja, 3 anos sem aquele tempinho para relaxar e se dedicar a você mesmo. A jornada de trabalho era em média de 11 horas por dia. Eu na minha posição não tinha a obrigatoriedade de horário fixo, rígido mas acabava sempre me dedicando horas a mais, nunca a menos. Como empresário, você não tem hora, não tem sábado, domingo, feriado, FGTS, décimo terceiro, o seu sucesso depende de você e do incentivo que você dá aos seus colaboradores, a instabilidade é constante, depende dos humores do mercado. A sua capacidade criativa é altamente incentivada. É muito mais desafiante.
É como eu digo: Você vive entre momentos de profunda euforia e profunda depressão.
Mas quando você se programa, pode muito bem fazer um “day-off”.Aquela sensação gostosa de cabular aula sem dar satisfações a ninguém. Se a grana dá e o cliente deixa, você fecha o “buteco” por 15 dias e vai viajar. Se o cliente é mau cliente, você pode mandá-lo passear. Você pode até se dar ao luxo de fazer um blog e postar reminiscências como agora estou fazendo em plena quarta-feira, às 11:25 da manhã sem ter um pentelho tentando policiar o que você está fazendo.
Vôo solo
Pela segunda vez na vida profissional, parti para um vôo solo. Diferentemente da primeira vez, onde tínhamos uma recessão braba, dentro da nova experiência do Plano Real, país em retomada de crescimento, globalização em curso, 10 anos mais velho, bem mais experiente no trato comercial e gerencial. A idéia acalentada já há um ano, era aproveitar a onda, com uma lista de contatos comerciais bem ampla. Fundei minha empresa em associação com um colega de faculdade também ex-colega da minha ex-empregadora, doravante chamada de “viúva”. Naturalmente, este primeiro ano foi de resultado “quase zero” com algumas consultorias aqui e ali. Consegui para o meu colega uma consultoria como terceirizado na “viúva”, no projeto do túnel Jânio Quadros. Quando “alguéns et caterva” lá na “viúva” souberam que eu de alguma forma estava ligado a ele, tentaram cancelar o contrato e chegaram a falar que o motivo era que eu seria “persona non grata” na empresa. Quanta baixaria!!! Realmente, a "viúva" não era mais a mesma. Eu havia juntado um pequeno “pé-de-meia” que serviu de capital de giro. Em 1996, o primeiro grande contrato com uma multinacional, conseguido através de amigos que lá haviam trabalhado. Amigos estes que depois viriam a ser “associados”. Neste mesmo ano, através de meus contatos, consegui um grande contrato com uma multinacional francesa “roubando” este contrato da “viúva”. Este cliente permaneceu conosco até 2002 quando saiu do Brasil por conta das incertezas econômicas de nosso país.
A experiência como empresário se comparada à de empregado é muito mais rica. Se por um lado, como empregado, você tem uma certa estabilidade, direitos garantidos, a posição de executivo exige dedicação além da conta. Saí da “viúva” com 3 férias vencidas, ou seja, 3 anos sem aquele tempinho para relaxar e se dedicar a você mesmo. A jornada de trabalho era em média de 11 horas por dia. Eu na minha posição não tinha a obrigatoriedade de horário fixo, rígido mas acabava sempre me dedicando horas a mais, nunca a menos. Como empresário, você não tem hora, não tem sábado, domingo, feriado, FGTS, décimo terceiro, o seu sucesso depende de você e do incentivo que você dá aos seus colaboradores, a instabilidade é constante, depende dos humores do mercado. A sua capacidade criativa é altamente incentivada. É muito mais desafiante.
É como eu digo: Você vive entre momentos de profunda euforia e profunda depressão.
Mas quando você se programa, pode muito bem fazer um “day-off”.Aquela sensação gostosa de cabular aula sem dar satisfações a ninguém. Se a grana dá e o cliente deixa, você fecha o “buteco” por 15 dias e vai viajar. Se o cliente é mau cliente, você pode mandá-lo passear. Você pode até se dar ao luxo de fazer um blog e postar reminiscências como agora estou fazendo em plena quarta-feira, às 11:25 da manhã sem ter um pentelho tentando policiar o que você está fazendo.
terça-feira, setembro 14, 2004
Reminiscências Pessoais (4)
1989/1994
Re-estabelecido em São Paulo, novos desafios profissionais( já vistos no post anterior). Aí comecei a sentir na pele o que é a competição dentro de uma grande empresa.Em Salvador, pela distância da matriz, estava imune a certas práticas perversas costumeiras no ambiente executivo.Em São Paulo, ciumeiras, disputas mesquinhas, falta de coleguismo, falsidades, a terra selvagem. Não era muito minha praia. Mas temos que ir em frente, administrar. Em 1990,1991 e 1992, fui considerado um dos melhores executivos da empresa, com direito a prêmio, tapinha nas costas e tudo. No início de 1995, fui execrado como incompetente e demitido de forma( a meu ver) indigna e humilhante depois de 20 anos de bons serviços prestados. Em nome da disputa pelo poder. Eu era da turma que perdeu a disputa. O pior é que estava enxergando o processo e não agia. Isto afetou sobremaneira a vida pessoal naquele período. Stress, hipocondria, altas irritações. Perda da qualidade pessoal de vida. Mas não me afetou no amor próprio. Como ser humano, muita gente ficou no meu caderninho negro. Acham que não? Um dia dou nomes aos bois.
Re-estabelecido em São Paulo, novos desafios profissionais( já vistos no post anterior). Aí comecei a sentir na pele o que é a competição dentro de uma grande empresa.Em Salvador, pela distância da matriz, estava imune a certas práticas perversas costumeiras no ambiente executivo.Em São Paulo, ciumeiras, disputas mesquinhas, falta de coleguismo, falsidades, a terra selvagem. Não era muito minha praia. Mas temos que ir em frente, administrar. Em 1990,1991 e 1992, fui considerado um dos melhores executivos da empresa, com direito a prêmio, tapinha nas costas e tudo. No início de 1995, fui execrado como incompetente e demitido de forma( a meu ver) indigna e humilhante depois de 20 anos de bons serviços prestados. Em nome da disputa pelo poder. Eu era da turma que perdeu a disputa. O pior é que estava enxergando o processo e não agia. Isto afetou sobremaneira a vida pessoal naquele período. Stress, hipocondria, altas irritações. Perda da qualidade pessoal de vida. Mas não me afetou no amor próprio. Como ser humano, muita gente ficou no meu caderninho negro. Acham que não? Um dia dou nomes aos bois.
Reminiscências Profissionais(3)
Mais Oscar Niemeyer y otras cositas – 1990 a 1992
Foram anos profícuos, apesar do confisco do Collor. O Memorial me deu um certo prestígio na empresa. Junto com Oscar, fizemos a partir daí, o Sambódromo de São Paulo, batizado de Pólo de Arte e Cultura Grande Otelo, o Centro Cultural de Osasco ( que não saiu do papel) , O Teatro Estadual de Araras (apelidado de teatro da sogra do Quércia) e o Parlamento Latino-Americano dentro do Memorial. Teve também o Monumento "Tortura Nunca Mais" em Volta Redonda, que foi literalmente explodido depois de pronto. Acho que não durou um dia...
1992-1994
Com a posse de Itamar, a queda das atividades do país caiu vertiginosamente, a inflação foi às alturas e iniciou-se o processo da reengenharia, modismo administrativo importado de um brilhante (brilhante porque ficou rico com um livro e palestras pelo mundo todo e depois sumiu na poeira) economista americano que virou moda. A minha definição da reengenharia era: “A melhor forma de fazer com que uma só pessoa faça o trabalho de 10 no mesmo tempo disponível e com a mesma remuneração”
Em 1993, veio o modismo da ISO 9000 onde eu atuei como Gerente da Qualidade, responsável pela certificação de nossa unidade de negócios. A minha definição da ISO-9000 era e é : “Se você fabrica merda enlatada, ao certificar-se na ISO-9000 poderá garantir ao seu cliente que fará a merda enlatada sempre com as mesmas características de consistência, cor e odor.”
Eu tenho a impressão que estas minhas posturas sarcásticas não agradavam muito os meus novos superiores(os antigos haviam saído) e eu era chamado então de “velha bahiana” aquelas senhoras que desfilam lá no final da escola de samba, mostrando o passado...
O fato é que estas técnicas, não se adequavam corretamente ao processo de engenharia consultiva, como ficou provado depois. A engenharia de projetos é uma atividade de criação e não deve ser pasteurizada.
Assim, fomos tentando viabilizar novos negócios, terceirizando para reduzir custos até que a empresa, que já vinha mudando o seu foco para as telecomunicações, concentrou-se ainda mais nesta área. O meu tempo na empresa havia se esgotado. Metas dificilmente alcançáveis eram impostas. A área industrial, estava parada. Até o Fusca voltou! Eu que era responsável pela gerencia da construção de um shopping center, fui substituído por um integrante dos “novos bahianos” que estava sem função. Eu comecei seriamente a pensar em dar o meu vôo solo. Até que, por um infeliz(ou feliz?) acidente, no final de 1994, fiquei hospitalizado e afastado por 3 meses do trabalho. Fizeram minha cama(soube bem depois) e fui “saído” da empresa depois de 20 anos, no dia em que retornei à atividade. Mas sem crise! O fato foi benéfico. A forma foi deplorável. Não da minha parte, mas de “colegas”. Vivendo e aprendendo.
Foram anos profícuos, apesar do confisco do Collor. O Memorial me deu um certo prestígio na empresa. Junto com Oscar, fizemos a partir daí, o Sambódromo de São Paulo, batizado de Pólo de Arte e Cultura Grande Otelo, o Centro Cultural de Osasco ( que não saiu do papel) , O Teatro Estadual de Araras (apelidado de teatro da sogra do Quércia) e o Parlamento Latino-Americano dentro do Memorial. Teve também o Monumento "Tortura Nunca Mais" em Volta Redonda, que foi literalmente explodido depois de pronto. Acho que não durou um dia...
1992-1994
Com a posse de Itamar, a queda das atividades do país caiu vertiginosamente, a inflação foi às alturas e iniciou-se o processo da reengenharia, modismo administrativo importado de um brilhante (brilhante porque ficou rico com um livro e palestras pelo mundo todo e depois sumiu na poeira) economista americano que virou moda. A minha definição da reengenharia era: “A melhor forma de fazer com que uma só pessoa faça o trabalho de 10 no mesmo tempo disponível e com a mesma remuneração”
Em 1993, veio o modismo da ISO 9000 onde eu atuei como Gerente da Qualidade, responsável pela certificação de nossa unidade de negócios. A minha definição da ISO-9000 era e é : “Se você fabrica merda enlatada, ao certificar-se na ISO-9000 poderá garantir ao seu cliente que fará a merda enlatada sempre com as mesmas características de consistência, cor e odor.”
Eu tenho a impressão que estas minhas posturas sarcásticas não agradavam muito os meus novos superiores(os antigos haviam saído) e eu era chamado então de “velha bahiana” aquelas senhoras que desfilam lá no final da escola de samba, mostrando o passado...
O fato é que estas técnicas, não se adequavam corretamente ao processo de engenharia consultiva, como ficou provado depois. A engenharia de projetos é uma atividade de criação e não deve ser pasteurizada.
Assim, fomos tentando viabilizar novos negócios, terceirizando para reduzir custos até que a empresa, que já vinha mudando o seu foco para as telecomunicações, concentrou-se ainda mais nesta área. O meu tempo na empresa havia se esgotado. Metas dificilmente alcançáveis eram impostas. A área industrial, estava parada. Até o Fusca voltou! Eu que era responsável pela gerencia da construção de um shopping center, fui substituído por um integrante dos “novos bahianos” que estava sem função. Eu comecei seriamente a pensar em dar o meu vôo solo. Até que, por um infeliz(ou feliz?) acidente, no final de 1994, fiquei hospitalizado e afastado por 3 meses do trabalho. Fizeram minha cama(soube bem depois) e fui “saído” da empresa depois de 20 anos, no dia em que retornei à atividade. Mas sem crise! O fato foi benéfico. A forma foi deplorável. Não da minha parte, mas de “colegas”. Vivendo e aprendendo.
sexta-feira, setembro 10, 2004
Reminiscencias pessoais (3)
1985/1988
A Nova República veio junto com a hiperinflação que chegou a 225% em 1985. Eu estava quieto em minha pequena empresa, quando no início daquele ano, me veio um convite de trabalho que mudou a nossa vida da água para o vinho. O pessoal da Promon me convidou para assumir um ótimo cargo em Salvador-Bahia. Logo eu? Paulista, Paulistano, Pinheirense assumido! Fiquei de analisar o convite. Estava estável financeiramente, em teoria, não precisava mudar, mesmo sendo em uma empresa onde já havia trabalhado por quase 10 anos. Mas aí um mês depois, um fato aconteceu que me fez decidir mudar a vida. A violência urbana de São Paulo chegou a mim. Um tiroteio em frente à minha casa entre assaltantes e policiais, sendo que minha filha , com 4 anos de idade, assistia pela nossa janela. Fiquei assustado pois a minha rua era um oásis de tranqüilidade.Pimenta nos olhos dos outros não arde até que a sopram no seu olho...
Aceitei o convite, me desvencilhei dos trabalhos aqui, e nos mandamos de mala e cuia prá Salvador, cidade que eu não conhecia. Outra gente, outros costumes, um espanto para um paulistano típico como eu. E o desafio de começar de novo, numa filial da empresa partindo quase do zero. Acabou sendo uma das melhores fases da vida. Três anos e meio onde pudemos conhecer grandes amigos e ter uma qualidade de vida muito superior à que tínhamos em São Paulo. Em 1986, veio o Plano Cruzado que da euforia inicial, passou a ser nove meses depois o maior estelionato político deste país. Mas este é assunto para comentar no meu outro blog (http://estoudeolho.zip.net) . Este aqui é só para coisas pessoais. A inflação galopante fazia parte das nossas vidas pessoais. A gente tinha que fazer as compras de supermercado no dia 5 quando saía o salário senão a inflação comia a grana. Chegou a 366% em 1987 e a 933% em 1988. Por uma questão profissional, de crescimento dentro da empresa, topei a volta às origens. De volta a Sampa, contra a vontade de Kaká e júbilo de minha filha.
A Nova República veio junto com a hiperinflação que chegou a 225% em 1985. Eu estava quieto em minha pequena empresa, quando no início daquele ano, me veio um convite de trabalho que mudou a nossa vida da água para o vinho. O pessoal da Promon me convidou para assumir um ótimo cargo em Salvador-Bahia. Logo eu? Paulista, Paulistano, Pinheirense assumido! Fiquei de analisar o convite. Estava estável financeiramente, em teoria, não precisava mudar, mesmo sendo em uma empresa onde já havia trabalhado por quase 10 anos. Mas aí um mês depois, um fato aconteceu que me fez decidir mudar a vida. A violência urbana de São Paulo chegou a mim. Um tiroteio em frente à minha casa entre assaltantes e policiais, sendo que minha filha , com 4 anos de idade, assistia pela nossa janela. Fiquei assustado pois a minha rua era um oásis de tranqüilidade.Pimenta nos olhos dos outros não arde até que a sopram no seu olho...
Aceitei o convite, me desvencilhei dos trabalhos aqui, e nos mandamos de mala e cuia prá Salvador, cidade que eu não conhecia. Outra gente, outros costumes, um espanto para um paulistano típico como eu. E o desafio de começar de novo, numa filial da empresa partindo quase do zero. Acabou sendo uma das melhores fases da vida. Três anos e meio onde pudemos conhecer grandes amigos e ter uma qualidade de vida muito superior à que tínhamos em São Paulo. Em 1986, veio o Plano Cruzado que da euforia inicial, passou a ser nove meses depois o maior estelionato político deste país. Mas este é assunto para comentar no meu outro blog (http://estoudeolho.zip.net) . Este aqui é só para coisas pessoais. A inflação galopante fazia parte das nossas vidas pessoais. A gente tinha que fazer as compras de supermercado no dia 5 quando saía o salário senão a inflação comia a grana. Chegou a 366% em 1987 e a 933% em 1988. Por uma questão profissional, de crescimento dentro da empresa, topei a volta às origens. De volta a Sampa, contra a vontade de Kaká e júbilo de minha filha.
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