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terça-feira, setembro 14, 2004

Reminiscências Profissionais(3)

Mais Oscar Niemeyer y otras cositas – 1990 a 1992

Foram anos profícuos, apesar do confisco do Collor. O Memorial me deu um certo prestígio na empresa. Junto com Oscar, fizemos a partir daí, o Sambódromo de São Paulo, batizado de Pólo de Arte e Cultura Grande Otelo, o Centro Cultural de Osasco ( que não saiu do papel) , O Teatro Estadual de Araras (apelidado de teatro da sogra do Quércia) e o Parlamento Latino-Americano dentro do Memorial. Teve também o Monumento "Tortura Nunca Mais" em Volta Redonda, que foi literalmente explodido depois de pronto. Acho que não durou um dia...

1992-1994
Com a posse de Itamar, a queda das atividades do país caiu vertiginosamente, a inflação foi às alturas e iniciou-se o processo da reengenharia, modismo administrativo importado de um brilhante (brilhante porque ficou rico com um livro e palestras pelo mundo todo e depois sumiu na poeira) economista americano que virou moda. A minha definição da reengenharia era: “A melhor forma de fazer com que uma só pessoa faça o trabalho de 10 no mesmo tempo disponível e com a mesma remuneração”

Em 1993, veio o modismo da ISO 9000 onde eu atuei como Gerente da Qualidade, responsável pela certificação de nossa unidade de negócios. A minha definição da ISO-9000 era e é : “Se você fabrica merda enlatada, ao certificar-se na ISO-9000 poderá garantir ao seu cliente que fará a merda enlatada sempre com as mesmas características de consistência, cor e odor.”

Eu tenho a impressão que estas minhas posturas sarcásticas não agradavam muito os meus novos superiores(os antigos haviam saído) e eu era chamado então de “velha bahiana” aquelas senhoras que desfilam lá no final da escola de samba, mostrando o passado...

O fato é que estas técnicas, não se adequavam corretamente ao processo de engenharia consultiva, como ficou provado depois. A engenharia de projetos é uma atividade de criação e não deve ser pasteurizada.
Assim, fomos tentando viabilizar novos negócios, terceirizando para reduzir custos até que a empresa, que já vinha mudando o seu foco para as telecomunicações, concentrou-se ainda mais nesta área. O meu tempo na empresa havia se esgotado. Metas dificilmente alcançáveis eram impostas. A área industrial, estava parada. Até o Fusca voltou! Eu que era responsável pela gerencia da construção de um shopping center, fui substituído por um integrante dos “novos bahianos” que estava sem função. Eu comecei seriamente a pensar em dar o meu vôo solo. Até que, por um infeliz(ou feliz?) acidente, no final de 1994, fiquei hospitalizado e afastado por 3 meses do trabalho. Fizeram minha cama(soube bem depois) e fui “saído” da empresa depois de 20 anos, no dia em que retornei à atividade. Mas sem crise! O fato foi benéfico. A forma foi deplorável. Não da minha parte, mas de “colegas”. Vivendo e aprendendo.

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