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quarta-feira, março 11, 2015

Manifestação popular do dia 15 de março - Esclarecimentos

Está marcada a manifestação popular nas ruas das cidades brasileiras para o dia 15 de março. Espera-se que mais de 200 mil pessoas compareçam. Segundo as redes sociais, mais de 2 milhões de pessoas confirmaram presença mas como sempre, somente 10% realmente irão. Esse é o problema do povo brasileiro. Acomoda-se facilmente e reclama somente nas rodinhas entre amigos, nos butecos, dentro de casa. É porisso que o PT está há longos e desalentadores 12 anos no poder, apesar de todas as denúncias reveladas de corrupção, apesar das mentiras pregadas pelo marqueteiro do Mal, apesar de toda a incompetência comprovada.

O movimento pretende pedir o impeachment de Dilma. Com isso, tira-se o PT da sua escalada para atingir o poder hegemônico e depois tornarem o país um feudo onde poderão dominar tudo e todos. Mas há um porém.

Eu li cuidadosamente a Lei vigente sobre o assunto. Por tudo que está escrito ali, realmente não há hoje nenhum motivo, nenhuma evidência comprovada para acionar a Lei. De qualquer forma o processo de impedimento de um Presidente sempre será político e não jurídico. No caso de Collor em 1992, usaram o pretexto da compra de uma Fiat Elba usado com dinheiro de sobra de campanha para dar suporte jurídico ao pedido de impeachment. Tivesse ele comprado um quilo de carne no supermercado com dinheiro de campanha, o impeachment sairia de qualquer forma. Mas na realidade o processo foi meramente político.

O povo pressionou pois este senhor "garfou" a poupança do povo, não resolveu o problema da inflação, colocou no governo gente incompetente e corrupta de seu meio, estava levando o país à bancarrota, havia corrupção em seu governo ele não dava bola para o Congresso e por isso os políticos da época decidiram levar o impeachment em frente.

Mas na realidade, ele renunciou e interrompeu o processo que era irreversível. Ou seja, no popular, falaram a ele: "Ou dá ou desce". Ele desceu.

De uma certa forma, a situação hoje é semelhante. Não é igual mas semelhante. Temos uma presidente claramente incompetente, que em seu mandato anterior desconstruiu toda a base econômica do pais, tão arduamente conquistada pelo Plano Real, levou o país à recessão, a inflação cresce assustando todos, os investimentos de infraestrutura do PAC parados ou em marcha lenta por falta de dinheiro ou por mera incompetência e está rodeada de corruptos.

E para completar, na campanha Dilma mentiu descaradamente falando que o Brasil estava uma maravilha, 54 milhões acreditaram, a reelegeram e logo em seguida ela fez tudo ao contrário que prometeu na campanha, agindo exatamente como disse que seu adversário Aécio Neves agiria e que segundo seu marqueteiro destruiria o país.

Ou seja, Dilma mente ao povo e continua agindo dessa forma, tentando justificar suas ações com palavras e discursos mentirosos.Não pensem que ela está desnorteada. Não! Ela é arrogante, se acha e tem um objetivo de tornar o Brasil uma ditadura de esquerda. Não mudou suas convicções com o tempo. continua com os mesmos pensamentos dos tempos de sua juventude, com um agravante. Quer se vingar. Quer se vingar da classe média brasileira cujos pais apoiaram os militares no passado. Despreza os políticos e à moda socialista, quer usar o povo e a classe política como um meio para atingir seus fins tenebrosos.

Qual a diferença entre Collor e Dilma? Não se pode pedir impeachment de Dilma pelos atos de seu mandato anterior.Não está na Lei. E pedir impeachment pelos atos dela destes 3 meses de seu novo mandato pode ser um tiro na água pois não há evidências comprovadas mesmo no Petrolão. Não há dolo comprovado embora tenhamos culpas evidentes dela. A aplicação da Lei 1079 que trata do assunto nesse caso pode não ser acatada no Congresso até porque é preciso que 1/3 dos congressistas acatem e Dilma tem como conseguir este 1/3 hoje.

FHC e o Senador Aloisio Nunes deram declaração desastrada anteontem sobre o assunto mas no fundo aos olhos da Lei eles estão certos. Não deviam é ter dito isto publicamente, perderam uma boa oportunidade de ficarem quietos e causaram indignação aos que contam com a oposição e meu ponto de vista é que não se deve contar com eles agora.

Temos que contar conosco mesmo. Com o povo. A manifestação é do povo e não dos políticos. Somos nós que temos que pressionar Dilma e o PT, mostrar toda nossa repulsa a tudo isto que está aí. Para isso o comparecimento no dia 15 é importantíssimo.

Minha sugestão é que quem for às ruas e espero que sejam muitos, o lema deve ser "DILMA, LULA, PT, NÃO MAIS"

Impeachment Já! é fria. Não vai acontecer. Pode ser que aconteça mais tarde mas não agora.

Sugiro também que mostremos ao mundo que nossa oposição é fraca para eles começarem a mexer mais senão também sumirão nas urnas. Eu vou fazer um cartaz do tipo "PSDB NÃO SE META ONDE NÃO FOI CHAMADO!" 

Dilma está acuada, nas cordas. Pressionada pela oposição responsável, pressionada pela imprensa livre, pressionada pelo aliado PMDB, pressionada pela situação horrível do país que está aí e vai piorar, pressionada até por parte do PT. E será cada vez mais pressionada pelo povo.

Nosso movimento tem um objetivo claro. É pressionar, pressionar, até que ela peça para sair. Ela saindo, resolvemos grande parte do problema do Brasil que é tirar o PT do caminho do poder. O PT é o câncer a ser extirpado. Os outros a gente toma conta depois. Um passo de cada vez. 

Alguns podem argumentar: "É mas se ela sai, entra Michel Temer, que é tão pernicioso quanto."
Eu contra argumento: "Ruim com Temer? Pior com Dilma e o PT". Michel Temer é profissional da política e não será louco de fazer o que Dilma e o PT estão fazendo. Irá convocar o povo e as oposições para uma união pelo país, fará um governo melhor que Dilma, fará a reforma política que é tão necessária,  pois estará enxergando a possibilidade de se reeleger em 2018 e o melhor de tudo, sem o PT que quer ver o PMDB pelas costas. E por pior que seja o PMDB, pelo menos eles não têm vocação autoritária nem arrogante. E nós estaremos de olho neles.  Afinal 2016 e 2018 estão aí na frente para julgarmos e varrermos o resto da sujeira.

Levem cartazes, levem apitos, levem panelas. Façamos barulho, vamos protestar forte mas em ordem. E não vamos dar bola aos radicais que querem a volta dos militares.Não aceitem provocação. Eu já vi este filme antes e não gostei. 

segunda-feira, março 09, 2015

Porque se opor ao PT

O PT nasceu nos anos 80, como uma reação ao regime militar autoritário que vigorava no Brasil desde 1964. Este regime nascido de manifestações políticas e populares que culminaram com a derrubada de um governo de esquerda no auge da guerra fria o qual tinha a tendência de tornar o Brasil um quintal soviético na AL ao exemplo de Cuba. Seria o fim da democracia plena e do capitalismo. O petismo pregava a ética política, uma melhor distribuição de renda que segundo eles, o capitalismo impedia e só o comunismo poderia resolver o problema das grandes desigualdades sociais do país. 
O petismo declara em seu extenso Estatuto, entre outras coisas, o seguinte(ART 1): "O Partido dos Trabalhadores (PT) é uma associação voluntária de cidadãos e cidadãs que se propõem a lutar por democracia, pluralidade, solidariedade, transformações políticas, sociais, institucionais, econômicas, jurídicas e culturais, destinadas a eliminar a exploração, a dominação, a opressão, a desigualdade, a injustiça e a miséria, com o objetivo de construir o socialismo democrático." Eu friso as duas últimas palavras: SOCIALISMO DEMOCRÁTICO. 
Essa associação de palavras tem várias nuances e interpretações. Por exemplo, os cubanos se dizem socialistas democráticos mas os suecos também e são sociedades completamente distintas sendo que a sueca é muito melhor que a cubana. 
Na prática os fundadores do PT se basearam nas idéias de Antonio Gramsci que adaptou os antigos manifestos comunistas do início do século XX à realidade moderna.Onde as ditaduras socialistas não vingaram, restou a opção da tomada de baixo para cima desses veículos. A revolução de Gramsci, o comunista italiano que arquitetou a estratégia  de poder por meio da própria democracia, poderia dispensar as armas se fosse bem-sucedida na infiltração em escolas, universidades, redações, igreja e televisão. Sua revolução cultural seria mais silenciosa e, portanto, mais perigosa, pois menos perceptível. 

O problema é que desde o início do partido, os pensadores do partido elegeram como líder um cidadão oriundo do meio metalúrgico, simplório, porém muito esperto e ambicioso. Lula. Era um líder das massas que pregava aos seus liderados uma melhoria de vida uma possível ascenção à classe média, através de sucessivas greves para melhoria de salários. Mas ao mesmo tempo que prometia essa ascenção social, criticava a classe média de então. Ou seja , prometia a burguesia aos seus pares mas criticava os burgueses. 

Discurso dúbio. 

O Partido dos Trabalhadores não representava todos os trabalhadores brasileiros e sim, uma parte pequena deles. Eu percebi essa dubiedade desde seu início e não gostei do que vi, ainda mais que nos quadros fundadores do partido se abrigavam pessoas notoriamente falsas comunistas, falaciosas, ambiciosas, invejosas, como José Dirceu, José Genoíno que havia sido guerrilheiro do PC do B no Araguaia, pessoas da alta sociedade que se encantaram com as utopias socialistas como Eduardo e Marta Suplicy, entre  outros. 

O pensamento comum a todos eles era conquistar o poder pelo poder. Mas com mentiras e mistificações, conseguiram enganar boa parte das massas com promessas que os mais esclarecidos sabiam serem impossíveis de cumprir através de um social-comunismo que pelo visto e demonstrado, tendia à falência. Isso se comprovou na década de 80, com a queda do Muro de Berlin, a falência do modelo soviético, da Revolução Cultural chinesa. Quantos países comunistas sobraram no mundo de hoje? Alguém acha que a China é ainda comunista? 

Os pensadores petistas perceberam que o caminho para o poder não era mais através de palavras, greves, discursos raivosos em cima de caixotes que não elegiam representantes suficientes no poder democrático brasileiro. Partiram então para adesão aos reclamos da sociedade pelo fim do autoritarismo. 

Participaram da campanha "Diretas Já", do movimento de redemocratização capitaneado pelo MDB depois, PMDB. Essa participação era somente um meio para atingir os fins originais. tomar o poder pelo poder, usando as massas pobres, e realizar a infiltração gramsciana também nas repartições públicas mais próximas do poder. Funcionário público com raras exceções deixou de ser burguês burocrata para se tornar trabalhador burocrata e ativista. O petismo nunca foi sincero. Seus colegas de outros partidos sociais democráticos também perceberam isto. 
O povo ainda não aceitava Lula como líder tanto que elegeu Collor, outro mentiroso tão mentiroso como Lula mas que como pessoa bem-apessoada,bem-falante, prometia o fim da inflação, dos marajás do poder, representados pelo PMDB e seus aliados do meio financeiro e empresarial.

Aqui cabe um parênteses. O PMDB soube muito bem se aproveitar do momento para tomar o poder aliando-se ao empresariado e ao sistema financeiro, capitalistas por excelência. A inflação era o principal problema que eles não souberam resolver.Ao contrário fizeram um estelionato eleitoral monstruoso e apoiaram Collor.Mas mudaram a Constituição em 1988, que embora não seja perfeita, pelo menos possibilitou a melhoria das condições sociais e se enraizaram no poder. Quando Collor se revelou o que realmente era, apoiaram sua queda junto com o PT e os outros setores da sociedade. 

Voltando, o PT se notabilizou como opositor a tudo e a todos. Baluartes da seriedade, pais dos pobres.Mas no fundo, queriam o poder exclusivo. Atraíram aliados de esquerda mais radical , os antigos participantes de facções comunistas que foram escanteadas pelo PMDB e por outros partidos mais ao centro. 

Perderam a eleição de novo para o PSDB de FHC que com o sucesso do Plano Real resolveu o maior problema econômico e social do país, a inflação. O pior dos impostos, que aumentava ainda mais a desigualdade social. O discurso raivoso de Lula não colava mais. 

Aí, os pensadores petistas agora com um Lula mais lapidado, perceberam que era hora de mudar o discurso. Começaram um processo de alianças com os meios empresariais para obter mais dinheiro para dinamizar suas campanhas publicitárias, recebiam fundos de organizações externas, com isso aproveitando-se do desgaste tucano causado em boa parte pelo famoso racionamento de energia de 2000, através de muita marquetagem, mentiras, promessas mirabolantes, conseguiram o apoio de considerável parte da população que até então estava no limbo da omissão.Para conseguir o dinheiro, prometeram dividir com seus potenciais aliados parte do poder. 

O PMDB que estava desgastado pela desastrada gestão de Sarney aderiu com a condição de ficar com parte do butim do Estado. Até o PP, que nos tempos dos militares era o partido poderoso, aderiu. Empresários e banqueiros prometeram adesão desde que os petistas não mexessem "nos contratos" ou seja, não lhes tirassem o rentável ganha-pão. Por fim, chegaram lá. 

Com uma milionária e bem conduzida campanha cheia de promessas mentirosas, Lula chegou à presidência da República. Esta fase gramsciana foi atingida.Agora viria a segunda parte. Consolidar o poder e partir para a hegemonia absoluta. Somente com ela seria possível passar para a fase final, a retomada do socialismo e para o comunismo. 

O que torna a estratégia gramscista usada pelo PT tão perigosa é exatamente o fato de trabalhar por apodrecer os pilares democráticos de dentro da própria democracia, subvertendo seus valores e corroendo esses fundamentos. Para Gramsci, todos os membros do partido, em todos os níveis, são intelectuais. Devem realizar na sociedade civil uma profunda transformação política e cultural, “amestrando” as classes burguesas também, levando-as a aceitar as mudanças intelectuais e morais como parte de uma natural e moderna evolução. Para tanto, contam com o apoio dos organismos privados, como sindicatos e organizações não-governamentais. E da imprensa, claro.

Foi por aí que o PT começou sua escalada a partir de 2003 e que perdura por longos 12 anos. 

Com base em mentiras, publicidade falaciosa, ilusionismos marqueteados, muito dinheiro oriundo de corrupção desenfreada, eles conseguiram reeleger Lula em 2006 a despeito do mensalão, eleger uma figura obscura como Dilma em 2010 e ainda a reeleger em 2013. 

Aos ainda céticos, não se iludam. Apesar das outras correntes contrárias que não inspiram muita confiança, podem crer que sem o PT será melhor. Com eles veremos o pior no futuro, um futuro não tão longe. 
Ainda bem que Gramsci não poderia imaginar que seguidores como os petistas seriam incompetentes em administrar uma sociedade complexa como é a brasileira. Ainda bem que muitos como eu nunca acreditaram no PT e muitos outros foram tomando consciência ao longo do tempo que o petismo é o pior dos males que assolam o Brasil. Ainda bem que Dilma é absolutamente incompetente e despreparada para governar. Ainda bem que as pessoas que hoje estão na cúpula petista estão mostrando sua verdadeira face. Ainda bem que muitos antigos aliados perceberam onde estavam se metendo e caíram fora. 

Agora, o tempo corre contra nós. Se faz urgente tirar o PT do poder. Se faz urgente aumentar a oposição ao PT Já! No próximo dia 15 de março, daremos um grande passo neste sentido. Mas uma andorinha só não faz verão. Democracia pressupõe maioria e tenho a certeza que hoje somos maioria. É só sairmos da toca. Se ficarmos somente na espera que outros façam o que devemos fazer, num futuro próximo iremos amargar nossa omissão. Lembrem-se: para eles petistas, quem se opõe é golpista, burguês, "coxinha", inimigo deles. Se chegaram ao poder absoluto, tudo farão para nos converter ou nos dizimar. O PT não passa de um bando de criminosos, capazes até de matar seus opositores ou que discorda deles. 

Lembrem-se de Celso Daniel. Lembrem-se de Toninho do PT. Temos hoje uma Máfia no poder. A Máfia também tinha e tem seus inocentes que são úteis para sua sobrevivência. O PT é assim. Muitos que ainda neles acreditam são inocentes crédulos e úteis. A estes devemos nossa capacidade de argumentação e de mostrar os fatos. 

(Utilizei neste texto algumas frases de Rodrigo Constantino sobre o gramcismo. Se quiserem ler mais, usem este link. http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/democracia/e-preciso-entender-gramsci-para-compreender-o-pt-ou-e-a-cultura-estupido/ )