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segunda-feira, setembro 12, 2005

Uma proposta inteligente (2)

Vou pegar o mote do Senador Alberto Silva, pois é importantíssimo para o país este plano de recuperação. Não basta fazer operações “tapa-buraco” todos os anos e nem isso tem sido feito pelo atual governo a contento. Porém, como profissional da área de engenharia, gostaria de aperfeiçoar a idéia do Senador( aliás, um colega de profissão com vasta experiência na área de transportes) .
Com o aumento do combustível na semana passada, o desperdício em óleo diesel passa agora para 8 bilhões de reais por ano. Um plano de recapeamento das pistas e recuperação de acostamentos, utilizando a técnica de micro-asfalto, utilizada nas rodovias paulistas custaria 250 mil reais por km de estrada, considerando largura de pista média de 8 metros. O rendimento desta técnica, é de 5 km por dia, por equipamento ou seja, teoricamente somente um equipamento, considerando os períodos de manutenção e dias não-trabalháveis, pode executar 1.000 km por ano.
Portanto, 30 equipamentos poderiam executar 30.000 km em um ano, quase o total de estradas a serem recuperadas. O apoio logístico para operação destes equipamentos necessita de um canteiro-base a cada 100 km. Seriam necessários então 320 canteiros.
Naturalmente, esta alternativa é como uma operação de guerra.E o custo envolvido atingiria cerca de 7,5 bilhões de reais(1/3 dos recursos da CIDE acumulados e não gastos pelo governo, que estão servindo para aumentar o superávit fiscal ou 0,5% do PIB). No caso do plano de “guerra” de um ano, este trabalho poderia ser dividido em 40 lotes, cada lote correspondente a 8 canteiros que atenderiam 1.600 km cada um.
Cada canteiro aloca um contingente de mão de obra direta e indireta de 80 pessoas entre operários e técnicos. A totalidade das frentes empregaria então 25.000 pessoas por um ano.Como cada emprego direto na construção civil gera mais 3 empregos indiretos, estamos falando em 100.000 empregos. Um ano após o início dos trabalhos, só a economia de diesel começa a surtir efeito à razão de 8 bilhões de reais anuais que se refletirão em redução de fretes(cerca de 6 bilhões de reais anuais), aumento da velocidade média da frota, maior escoamento de safra, custo mais baixo de alimentos e materiais transportados pela malha rodoviária, menos inflação, portanto.

Não estou considerando a geração de empregos, oportunidades e rendas marginais advindas deste plano.Mas tenho a certeza que é significativa.

Aliado a este plano de emergência, vem o plano de manutenção.Um plano de manutenção adequado, custaria 1,5 bilhões de reais por ano e manteria as estradas como um “tapete” por 20 anos ou mais. Ou seja, a partir do segundo ano, a economia real seria de 6,5 bilhões de reais só em combustível fora a manutenção dos custos de fretes em valores inferiores aos atuais.

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