Com a perda das eleições em 2002 para o grupo de Lula, um
líder populista e falastrão, mas que era conhecido por saber vender bem suas
idéias às massas ignaras e aos seus fanáticos seguidores, o PSDB passou à
oposição. Mas há controvérsias sobre isso.
O lulo-petismo espertamente em seus primeiros anos de
governo adotou discurso moderado que atraiu para sua companhia grupos
econômicos que antes estavam aliados ao regime anterior mas viram nessa nova
aliança uma possibilidade de auferirem ganhos bem maiores dos que haviam tido
nos 8 anos anteriores. O mundo havia superado uma crise e novamente avançava a
passos largos tendo como locomotiva o crescimento acelerado da China Comunista
que aos olhos do mundo havia se tornado capitalista mas que em suas entranhas
era ainda comunista e autoritária. O modelo Capitalismo de Estado Chinês passou
a ser o modelo da hora e assim serviu para o lulo-petismo.
E mais.
Junto a estes grupos se aliaram os antigos oligarcas
populistas que comandaram o país antes da era Plano Real e que haviam exercido
sua hegemonia política juntamente com os militares entre 1964 e 1984 e depois
espertamente aderiram à Nova República Peemedebista para reconquistarem o
Poder.
Querem coisa mais perversa? Populismo estatal e fascista retrógrado de esquerda aliado ao populismo estatal fascista
atrasado de direita. Mas o país assim mesmo crescia na onda do crescimento
mundial.
O que fez então o PSDB? Sabedores das más intenções do
lulo-petismo, em vez de fortemente denunciar as alianças espúrias, de alertar o
povo para os malefícios futuros que esse modelo teria a forte possibilidade de
fazer água, numa crise econômica prevista e avisada, preferiu se omitir.
Preferiu continuar se corroendo nas suas divisões internas, virou um “saco de
gatos de raça” em vez de se apresentar unido à sociedade como verdadeira
oposição política e econômica e pasmem, renegando até seus sucessos como as
privatizações e fechando os olhos à política econômica criativa e depauperadora
do lulopetismo. Virou “saco de pancadas”
do novo grupo hegemônico que os desqualificava sem reagir. Os quase 40% de eleitores
que botaram suas fichas num PSDB em 2002 perderam a voz. O Brasil passou a ser
um dos poucos países democráticos no mundo que não tinha oposição de verdade.
Em 2006, eu perdi a confiança no PSDB.
Por tudo isso quando hoje o PSDB retoma nas urnas boa parte
da hegemonia política que havia perdido, graças somente a uma ação única do povo
que cansado da corrupção desenfreada e da incompetência generalizada e que por
falta de opção depositou seu voto nos seus candidatos, vejo esta situação com
muita desconfiança e temor.
O partido cada vez mais se divide em disputas
internas ainda calcadas na soberba e arrogância, nas discussões mesquinhas,
ainda achando que brioches e champagne são a melhor opção para matar a fome e a
sede do povo.
A melhor definição do PSDB de hoje vi outro dia na TV.
Alckmin já fez seu plano de vôo. Aécio está no comando da torre de controle e
Serra espera na sala de embarque sem nenhuma preferencia por qual companhia
voar.
No caso exclusivo da cidade de São Paulo, há uma
esperança. João Dória pode ser o início da renovação e união, a retomada do
social-liberalismo competente e objetivo. Esperemos que sim. Mas cautela e
caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário