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sexta-feira, outubro 07, 2016

A crise brasileira e a crise fluminense

O governo do RJ anuncia que quer mais 14 bi de ajuda do governo federal para tapar rombos. Mas o governo federal já tem seu próprio rombo e não pode nem deve ajudar. Por que? Não só o governo petista durante quase 10 anos, de 2006 até 2015 elevou os gastos muito acima de sua capacidade como também diversos governadores de estados também o fizeram contribuindo assim para a crise geral que hoje assola o país. Servidores públicos tiveram seus salários elevados bem acima da inflação durante todo este tempo sem no entanto haver melhoria da qualidade dos serviços prestados à população. Além disso, houve principalmente durante o governo Lula no plano federal como no plano estadual,  um aumento brutal da contratação de servidores que hoje somam mais de 11 milhões de pessoas no Brasil. Ou seja, 1 em cada 10 brasileiros na idade de trabalhar é servidor público. Aliado a isso, a receita tanto federal como estadual se reduziu graças à recessão (anunciada desde 2012). No caso específico do RJ, a quebra da Petrobrás, conhecida por Petrolão, aliada à queda dos preços do petróleo, reduziu drasticamente a capacidade de investimento da empresa e por consequência, a receita dos royalties do petróleo que caiu 40% só em 2015. Não se pode chamar isso de falta de visão dos governadores Cabral e Pezão, mas sim, de falta de escrúpulos e de competência. Nos tempos de bonança econômica, em 2007, já se avisava que a tal marolinha de Lula era na verdade um anúncio do tsunami que viria depois e veio. Mas nunca se gastou tanto acima da responsabilidade como nesse período. O estado do Rio de Janeiro historicamente possui o maior número de funcionários públicos por m2 do Brasil até por ter sido durante décadas a Capital do país.O Rio de Janeiro hoje tem quase o dobro de servidores públicos federais ativos que Brasília. 20% do total (102 mil) contra 11% do total (63 mil), mesmo passados 52 anos da transferência da Capital. A cultura de dependência de sua população do dinheiro dos cofres públicos é antiga. Vem desde os tempos de D. João VI. Além disso, os investimentos produtivos advindos da industrialização que geram impostos e empregos nunca foram dos maiores. Para atrair estes investimentos os governantes deram incentivos fiscais acima da média que reduziram a capacidade de arrecadação do estado no longo prazo. A renúncia fiscal do RJ entre 2008 e 2013 chegou a 32,5 bilhões de reais enquanto que a arrecadação do ICMS foi de 33 bilhões, a menor do país.A dívida pública do estado de 201 bilhões é superior à sua capacidade de arrecadação.Só para comparar, a dívida pública de SP de 205 bilhões é 57% da capacidade de sua arrecadação. Hoje o estado do RJ está literalmente quebrado. Não por culpa de sua população mas sim, por máxima culpa dos governantes que por simples populismo e irresponsabilidade, enganaram o povo que os elegeu. Mas o eleitor fluminense especialmente o carioca não aprendeu. Vejam o que os espera nesse segundo turno municipal na capital do estado Já chega a ajuda de 2,9 bi à Prefeitura do RJ para a Olimpíada, uma aventura populista de Lula que encampada por Eduardo Paes embora tenha sido uma festa bonita, não rendeu nenhum dividendo palpável em termos turísticos a médio e longo prazo. O restante do povo brasileiro não deve deixar que o governo federal sucumba à pressão e dê mais dinheiro. Isso vai causar uma reação em cadeia em outros estados que se atendidos derrubará por terra o ajuste fiscal federal agravando ainda mais a crise. O correto é que o governante fluminense tome as medidas duras de aperto e que o povo fluminense entenda que dói por um tempo mas é necessário. Servidor público fluminense vai ficar sem parte do salário? Vai. Vai ficar sem parte da aposentadoria ? Vai. Um país inteiro não pode se prejudicar mais do já está por conta da irresponsabilidade de governantes de um só estado. Ninguém mandou eleger os Garotinhos da vida, Cabral e Pezão e acreditar em Lula e Dilma. Taí o resultado. Quem acreditou na marolinha está vendo a ressaca que chegou. 

Leiam este artigo : http://oglobo.globo.com/economia/rio-o-estado-com-menor-aumento-de-arrecadacao-de-icms-1-19154594


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