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segunda-feira, abril 18, 2011

Carlos Alberto Sardenberg - O Estado de S.Paulo
Considerem os problemas com os quais o governo Dilma lida neste momento: inflação e juros altos; aeroportos e infraestrutura da Copa, tudo atrasado; entrada excessiva de dólares e real muito valorizado; comércio desequilibrado com a China.
São heranças do governo Lula. Claro que toda administração deixa coisas inacabadas para seu sucessor, mas trata-se aqui de algo mais. Em seu mandato, Lula não avançou um passo sequer no aperfeiçoamento do modelo econômico. E não foi capaz de ou não teve interesse em alterar as regras institucionais e o modelo de gestão que emperram as obras públicas no País. Curioso: Lula não aceitou as propostas econômicas mais à esquerda, mas também não embarcou totalmente na ortodoxia. Foi tocando uma coisa mista, deixando correr.
Poderia ter avançado - este é o ponto. Nos momentos de crescimento e com sua popularidade, o ex-presidente poderia ter ido à luta. Daria problema, é claro. Precisaria enfrentar interesses, mas deixaria um legado precioso. Preferiu, porém, apenas surfar na onda fácil.
Tome-se o modelo econômico. Lula tocou com o que recebeu de FHC, regime de metas, superávit primário, câmbio flutuante. O sistema funcionou para domar a inflação e trazer os juros reais para algo entre 5% e 6% ao ano. Considerando que vieram de níveis absurdos (20%), o resultado é mais do que positivo.
Mas já passou da hora de avançar e houve condições para isso. Poderia ter sido iniciado um processo de redução de meta de inflação, que Lula recebeu com 4,5% ao ano e entregou assim mesmo. Nos países emergentes, essa meta está em torno de 3% e o Brasil precisa caminhar para lá. Só assim se poderia fazer uma reforma para eliminar o que resta de indexação na economia brasileira, aquele processo de correção automática de preços que joga para o futuro a inflação do passado.
Aliás, a presidente Dilma queixou-se dessa indexação algumas vezes. Mas o que fez? Endossou a regra definida na gestão Lula que indexa o salário mínimo, um fator dominante na economia, à inflação e ao crescimento passados. Essa indexação do mínimo, de sua vez, indexa outros salários e preços, tornando rígida a inflação.
Também há uma queixa generalizada com a dobradinha juros altos e dólar barato. Aqui houve uma mudança. No governo Lula, o Banco Central (BC) iniciou o processo de compra de dólares - no que seguiu os passos dos principais países emergentes.
Mas não foi uma providência que, digamos, antecipa mudanças estruturais. Foi inevitável. Havia sobra de dólares na praça, de modo que ou o BC os compraria ou a cotação da moeda americana cairia abaixo de R$ 1. E houve sobra de dólares por causa da explosão do comércio mundial e, em especial, da China, que se tornou nossa principal freguesa.
De novo, isso não resultou de uma ação deliberada da diplomacia brasileira. Simplesmente a China precisou de minério de ferro, soja e petróleo e foi atrás disso em diversos países. E o Brasil tinha em abundância.
Em resumo, acompanhamos a linha dos emergentes. Mas esses emergentes já ostentam metas de inflação e taxas de juros menores do que as nossas. Assim como investem mais. À exceção da China, todos têm moedas valorizadas, mas o real brasileiro é mais valorizado por causa dos juros altos.
Nada foi feito para atacar esse problema. Na turma de Lula, o pessoal mais à esquerda sempre pediu controle de capitais e uma espécie de comando para o BC baixar os juros na vontade. Lula não quis correr esse risco.
Mas também não fez nada na direção dos caminhos ortodoxos. Por exemplo: deixar o dólar flutuar para baixo, o que derrubaria a inflação e permitiria uma redução forte na taxa básica de juros.
No caso das contas públicas, Lula também não definiu lado. Muitos companheiros pediam para ele jogar fora essa coisa neoliberal de superávit primário e acelerar sempre o gasto público. Lula não se arriscou, de novo. Manteve a Lei de Responsabilidade Fiscal (que define o sistema de superávit), mas aceitou uma série de quebra-galhos e manobras contábeis para aumentar o gasto e apresentar um superávit falso, de valor menor que o anunciado.
Tudo considerado, o governo Lula não tomou qualquer providência substancial no caminho que é agora a prioridade máxima: como reduzir de modo consistente a taxa de juros. Reduzir a meta de inflação e desindexar são complementos.
E no que se refere ao bloqueio a investimentos? O ex-presidente chegou a identificar problemas. Reclamou dos bagres que atrasaram as usinas do Rio Madeira, do chimpanzé que bloqueou estradas. Mas não tomou nenhuma medida para aperfeiçoar o sistema de concessão de licenças ambientais. Ficou no quebra-galho, no caso a caso. Forçou, por exemplo, as licenças das Usinas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte, inclusive demitindo funcionários, mas o sistema que trava o processo está aí, parando milhares de obras pelo País afora.
E, mesmo naqueles casos em que o governo "arrancou" as licenças, pode escrever: ainda vai dar rolo na Justiça.
O ex-presidente reclamou do Tribunal de Contas. E aí? Procurou acertar um ou outro caso, mas sem mudar o modo de licitação, realização e fiscalização das obras públicas, que está notoriamente atrasado.
Ministros e outros funcionários disseram a Lula que, sem concessões privadas, as obras dos aeroportos não andariam. O ex-presidente não quis se arriscar com essa "privatização", optou por mudanças administrativas na Infraero, que simplesmente não aconteceram. Dilma está começando do zero.
Pode-se dizer que ela tem parte da culpa, porque estava na gestão anterior, em posição de mando. É verdade. Mas quem mandava era Lula, dele dependia a tomada de qualquer medida substancial. E ele não tomou. Foi na onda. Agora, está tudo aí, mais complicado.

domingo, abril 17, 2011

O combate à Era da Mediocridade

 
Por Mauro Pereira da Silva

Coube novamente ao presidente Fernando Henrique Cardoso ser o acorde dissonante na ópera do absurdo que Lula nunca terminou e que se manifesta nas audições diárias executadas pela sinfônica da vassalagem ordinária e pela orquestra brasileira da oposição covarde, ambas conduzidas pelas batutas magistralmente fraudulentas do ex-presidente eleito pelo Partido dos Trabalhadores .
O excepcional ensaio do presidente Fernando Henrique, mais do que revelar o perfil oportunista e corrupto do PT e de seu aliados, também escancara a pocilga fétida onde chafurdam trabalhistas que não gostam de trabalhar e sindicalistas pelegos — os dois traidores da causa trabalhista –, comunistas que ainda se escandalizam com o perigo representado pelo capitalismo, mas que não abrem mão das delícias e prazeres que ele proporciona, e heróis da resistência cujo heroismo tinha prazo de validade vencido e que, no seu tempo e na sua hora, apresentaram a nota promissória estipulando o valor da epopeia, regiamente resgatada com juros e correção monetária, ressalte-se, e creditada na conta corrente do banco nacional do soldo mercenário de indenizações imorais.
Há que se lembrar também dos áulicos desprezíveis que infestam os salões palacianos, sempre disponíveis à autoridade da vez.
Fernando Henrique Cardoso tem a altivez dos nobres ao reconhecer seus erros sem recorrer à prática abominável da humildade oportunista e de tamanho único, que define o caráter dos cafajestes. Chama a oposição à razão, na tentativa de reacender a chama da valentia, que se espera dos opositores e o respeito às suas obrigações institucionais, e por extensão aos seus eleitores, compromissos esses vitais à prática da boa política mas que ficaram esquecidos em algum lugar dessa caminhada democrática.
Sem ser arrogante, Fernando Henrique demonstra todo o seu conhecimento a respeito dos problemas políticos e econômicos do Brasil. Como oposicionista que é, e passando ao largo da redundância, ensina à oposição que a obrigação do opositor é se opor. Simples e contundente.
Sugere, ainda, que se espelhem na oposição que vem das ruas, cujas vozes indignadas ecoam pela vastidão da internet clamando por mais lisura e decência no trato da coisa pública, incitando-os a serem os representantes desse clamor popular. O resultado das urnas os legitimariam.
Em mais de cinco mil palavras de um texto exemplar, pouco mais que algumas dezenas me chamaram a atenção de uma maneira mais particular: “a corrupção continua a ter o repúdio não só das classes médias como de boa parte da população”.
Infelizmente, essa parte boa da população que repudia a corrupção não é suficiente para derrotar o populismo hegemônico implantado pelo PT e pelo lulalato. Por outro lado, a parte que encara a corrupção apenas como um deslize inocente e foi poupada nas considerações de FHC, é a que dá sustenção e aval à era da mediocridade.
Configura-se o epílogo da ética e da moral.

FHC anima o adversário desleal: ‘Lula não precisa mais ter complexos. Virou doutor’

Coragem Lula! Vem pro debate com FHC! Larga mão de ser covarde!

segunda-feira, abril 11, 2011

100 dias do governo Dilma- complemento

O vídeo do post anterior (AQUI)  resume de uma forma humorada (senso de humor é o que petista não tem e não gosta de quem tenha) uma parte do resultado de uma herança mais do que maldita deixada pelo antecessor da atual presidente (daqui para a frente, vou evitar nominar esta figura pois ela não merece nem que eu a chame pelo nome) que em cima de um monte de bazófias , bravatas, por 8 anos conseguiu enganar o povão brasileiro mas não conseguiu enganar 44 milhões de eleitores que nele não acreditaram. Vou deixar para depois minhas considerações sobre o outro bando que se diz de oposição mas que na realidade é muito parecido com o bando que hoje conduz o país.

 100 dias do governo Dilma. O que temos?

- Inflação aumentando e corroendo a renda de todos os brasileiros especialmente os mais pobres. O que fez Dilma? Aumentar a Bolsa-Família para manter o curral eleitoral do PT. De onde sai  a conta? Do bolso dos 44 milhões.

- Gastos público em alta, sem sinal que o aparelhamento do Estado vá parar ou até diminuir. Ao contrário, agora que o PT já se instalou em todos os níveis da máquina, agora os aliados terão vez. Teremos então na máquina estatal mais um bando de pessoas dedicadas não ao serviço público de todos mas ao serviço público daqueles que estão no poder.

 O povão? Que se ferre! Quem paga a conta? Os 44 milhões que não votaram na Dilma.

- Como o PAC não cumpriu sua parte e não parece que cumprirá, a infraestrutura continua precária. Assim, o custo Brasil, não diminuiu, ao contrário, até aumentou.Quem paga a conta? De novo, os 44 milhões que não votaram na Dilma.

- Com o dólar cada vez baixando cada vez mais, pois o Brasil é o país que mais remunera os capitais externos, os exportadores e a indústria brasileira vão sendo sucateadas paulatinamente. E tome-lhe produto chinês e coreano! Até que não são ruins, mas pagamos empregos lá na China e não aqui. Com o tempo, a tal taxa de desemprego baixa de agora vai aumentar e muito.Esperem para ver.Mais uns 3 anos.Vocês então terão pago a conta até lá.

Eu se fosse empresário brasileiro hoje, abria minha empresa na China ou na Coréia e exportava para o Brasil Ganharia muito mais e não pagava a conta.

-Ah! mas o governo aumentou o imposto sobre financiamento, sobre o cartão de crédito internacional para reprimir o consumo. Qual o efeito? Nenhum, sobre a inflação.
Aumenta a arrecadação de impostos, incentiva o aumento de criação de mais cargos públicos mas não reduz a inflação pois os juros altos continuam a atrair capital de fora, reduzem mais o dólar, diminuem a competitividade das empresas brasileiras.

- Aí o Manteiga consegue que o Banco Central, agora domado, reduza os juros. O que acontece? O consumo aumenta, a inflação cresce pois o país não tem infraestrutura para aumentar a oferta, as indústrias estão sucateadas pela concorrência externa, todos os brasileiros perdem com a inflação especialmente o pessoal do Bolsa-Família e a credibilidade do governo diminui (isso eles corrigem com propaganda mentirosa e o povão continua achando que está numa boa mas não está ou não vai estar).
O capital externo vai para outros lugares e dólar aumenta encarecendo os produtos importados. Mas com isso, a inflação aumenta mais porque os brasileiros já se acostumaram a comprar produtos importados e não temos produtos similares a bons preços, porque a indústria brasileira está sucateada.

Este governo está numa sinuca de bico.Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Por que? A resposta é simples. O honorável antecessor (honorável só para os barbudinhos e para as horrorosas representantes da ala dita feminina do PT, não para mim)  deixou um abacaxi muito maior do que os governos militares deixaram para a antiga "Nova República". Deixou a incompetência, a corrupção, as formas de enganar o povo com a conversa fácil sobre temas difíceis. Hoje nós, os 44 milhões, pagamos um adicional de impostos para financiar incompetentes e apaniguados no governo.

Se D. Dilma realmente tem um pouquinho de discernimento e sentimento de brasilidade, tenho pena dela até pela audácia inconsequente de assumir o encargo. Herdou um peso enorme e não tem competência para virar a mesa. Está mal assessorada, não tem preparo adequado, só ganha de seu antecessor pelo fato de ter tido um dia, uma formação melhor.
Mas se ela é igual aos seus pares do PT, dos partidinhos esquerdóides que gravitam em torno do poder, tenho horror dela.
Nas duas hipóteses, o horizonte é negro. Não confio naqueles que se dizem oposição pois no mínimo são impotentes.
No que acredito? Na reação dos 44 milhões que se querem ver os seus filhos e netos prosperarem , que se levantem contra tudo isto que está aí. Sem esta reação, o Brasil caminhará de costas, e ficará vulnerável às ações de grupos externos que nos transformarão de novo em colônia. E continuaremos pagando a conta.

Kibe Loco - Dilma x Guido