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sábado, setembro 17, 2005

Fariseus e Proxenetas da política brasileira

"Rato magro!"

Roberto Jefferson é um traidor?

Talvez seja, mas certamente do PT.
E todo traidor do PT tem a minha admiração, traidor ou não. Nem mil artigos como os nossos fizeram tanto pelo Brasil quanto duas ou três horas de Jefferson na TV, no parlamento, nas CPIs.
Nunca alguém falou tão mal do PT para uma platéia de milhões de brasileiros!
Eu sou grato a Jefferson. Sem ele o PT continuaria a sua carreira de crimes, Lula se reelegeria, Dirceu continuaria ministro, Valério continuaria a transportar dólares para os bolsos petistas, etc., etc., etc.
Como é bom ver o PT se ferrar!
Como é bom ver o PT perder o respeito da maioria do povo brasileiro.
Como é bom ver o Lula cair nas pesquisas.
Como é bom ver dólares nas cuecas petistas.
Como é bom ver o Gushiken depondo; o Genoino enfrentando o coronel Lício Maciel e depois enfiando o rabo entre as pernas; o Delúbio drogado ante as câmeras; o Duda suando frio, chorando, tremendo, respondendo na Polícia Federal.
O Palloci mentindo na CPI, o Gilberto Carvalho desmentindo que teve tudo a ver com assassinato do Celso Daniel, etc., etc., etc.
Graças ao católico Jefferson, bendito traidor!
Como foi bom ouvi-lo da tribuna da cassação chamar o PT de rato magro, rato magro! Que nunca comeu mel, e quando comeu se lambuzou!
Como foi bom ouvi-lo dizer que o Lula é preguiçoso, malandro, que só gosta de viajar de avião. Como foi bom ouvir todas aquelas coisas que nós nos esforçamos, nesses anos todos, sem êxito, para fazer chegar ao conhecimento do povo brasileiro.
Dane-se a traição pela traição! Deixem para o PT a ira do traído! Vejam como ficaram irados! Como se vingaram com discursos e votos! Sintam-se como um petista se sente hoje em dia: que tal?
Eu o cassaria, entretanto, porque foi réu confesso, porque foi partícipe do roubo, porque foi ajudante do esquema corruptor, mas jamais lhe negaria meu agradecimento pelo resultado da ação.
Sou pragmático porque a hora é de pragmatismo, de luta; é hora do bom combate e até do mau combate.
Dane-se o dedo no olho, o golpe baixo, a casca de banana!
Os petistas que se queixem da traição do Jefferson ao bispo Fidel, ao papa Chávez, pro raio que os parta!
Afinal, o que querem de um político? Que ele diga que o Brasil é um país socialista? Que eles vão acabar com isso? Ora, esperem sentados!
Não há nada a esperar dessa classe política ou de qualquer outra classe! Pensamento estratégico é imperdoável em uma Igreja, mas fundamental na arena política.
Atirem para lá, não para dentro da trincheira! Atirem na Heloisa Helena, graças ao Jefferson!

(Carlos Alberto Reis Lima é médico e formado em História e Ciência Política na UFRGS em nível de Mestrado)

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