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domingo, dezembro 02, 2012

O Bebum da Rosemary

Este texto eu copiei do blog do Roland Cooke. Impecável, vale a pena ler.

"Deite, que hoje vou lhe usar"
Coronel Jesuíno (José Wilker) para Sinhazinha, na minissérie "Gabriela", da TV Globo



Eu costumo acordar cedo. Pela seis da manhã, eu já estou fora da cama. A meia-idade tem dessas coisas, a gente tem sono só na hora errada. Aos sábados não é diferente. E hoje segui o costume. Levanto às seis, banheiro para as atividades inerentes ao local, vou à cozinha, ponho um café-com-leite no microondas, espero, pego a xícara e rumo ao escritório, onde mora a minha janela para o mundo, um notebook ligado numa conexão sonolenta com a internet. Ligo, espero carregar, clico no ícone da Veja On-Line, para ver as novidades. Nada de muito interessante, Israel vai metendo os pés pelas mãos na Cisjordânia (preciso escrever sobre isso mais tarde, há dias escrevi um post defendendo Israel do jogo sujo da mídia, mas essa de permitir a expansão dos assentamentos em represália à decisão da ONU de reconhecer a Palestina com Estado Observador é, para dizer o mínimo, um tremendo tiro no pé, parece até coisa de petista!), mais uns rolos da tal Rosemary, enfim, mais do mesmo. Vou à coluna do Reinaldo Azevedo, sempre um prazer de ler. Hummm... Hein?  Como é?  Deparo-me com o seguinte texto:

Jornal decide contar ao leitor o que os jornalistas e o governo sabiam há muito: Lula e Rosemary, no centro do novo escândalo, eram amantes desde 1993


Um homem público ter uma amante é ou não assunto relevante? Nos EUA, basta para liquidar uma carreira política, como estamos cansados de saber. Foi um caso extraconjugal que derrubou o todo-poderoso da CIA e quase herói nacional David Petraeus.
Desde quando estourou o mais recente escândalo da República, todos os jornalistas que cobrem política e toda Brasília sabiam que Rosemary Nóvoa Noronha tinha sido — se ainda é, não sei — amante de Lula. Assim define a palavra o Dicionário Houaiss: “Amante é a pessoa que tem com outra relações sexuais mais ou menos estáveis, mas não formalizadas pelo casamento; amásio, amásia”.
Embora a relação fosse conhecida, a imprensa brasileira se manteve longe do caso. Quando, no entanto, fica evidente que a pessoa em questão se imiscui em assuntos da República em razão dessa proximidade e está envolvida com a nomeação de um diretor de uma agência reguladora apontado pela PF como chefe de quadrilha, aí o assunto deixa de ser “pessoal” para se tornar uma questão de interesse público.
O caso, com todos os seus lances patéticos e sórdidos, evidencia a gigantesca dificuldade que Lula sempre teve e tem de distinguir as questões pessoais das de Estado. Como se considera uma espécie de demiurgo, de ungido, de super-homem, não reconhece como legítimos os limites da ética, do decoro e das leis. (...) 
Ainda segundo o texto do Reinaldo, o jornal responsável pela notícia é a Folha de São Paulo que, ao questionar o porta-voz do Instituto Lula, José Chrispiniano, ouviu dele a afirmação de que "o ex-presidente Lula não faria comentários sobre assuntos particulares".
Fiquei ali uns cinco minutos, olhando aquilo, meu café esquecido, esfriando no canto da escrivaninha. A notícia era inacreditável. Quer dizer, se analisado à luz fria dos fatos, fazia todo sentido. A nomeação da moça, seu poder quase rasputiniano, seu trânsito com o "PR" (Presidente), sua preocupação com plásticas e coisas afins, as viagens sem justificativa aparente, seu poder junto ao chefe e sua sede de aproveitar ao máximo esse poder. Até mesmo a repentina viagem de Lula à Europa, logo que eclodiu o escândalo do tráfico de influência da "Rose". O prudente distanciamento de Dilma, acoplada à intensa movimentação nos bastidores para evitar, a qualquer custo, que a dita-cuja seja interrogada por parlamentares da oposição. Tudo se encaixava, tudo começava a fazer sentido. Mas... até NESSE tipo de escândalo, o Imperador de Garanhuns se mete? Tem foto rodando a internet, com o abraço carinhoso dos três protagonistas desse triângulo: Lula, Rose e Marisa Letícia! Cara de pau, o Coronel Jesuíno do Planalto, não?
Ok, ok.... vamos com cautela. Vai que o Reinaldo perdeu o juízo... Para buscar a contrapartida, vou ao blog sujinho mais popular da esgotosfera petista: o Brasil 247. Ela certamente deve estar esbravejando por conta de tal injúria contra seu ídolo máximo. Hummm... não. O blog a serviço do lulopetismo não desmente nada. Pelo tom das manchetes espalhafatosas que estampa na abertura, pelo contrário: praticamente confirma a notícia da Folha, com a ressalva podre de que "FHC fez o mesmo, e não deu nem escândalo, pois foi tudo abafado pelo "PIG" (a maneira  estranha pela qual a imprensa a serviço do governo se refere a qualquer tipo de imprensa que não lamba as botas do petismo). 
O mais impressionante é que, segundo a Folha, esse fato já era rumor corriqueiro em Brasília há mais de uma década - e nunca ganhou repercussão! E isso num país onde até a sexualidade de figurinhas carimbadas da TV vira hit da internet!

Muito bem.... Antes de fazer qualquer análise do caso, e preciso apurar sua veracidade. Pelo que se vê na internet, é "pedra 90", ou seja, verdadeira. Isso posto, é preciso separar as coisas. A vida sexual de Luiz Inácio Lula da Silva, é da minha conta? Óbvio que não, assim como a minha não é da conta de ninguém. Afinal de contas, ter amantes é corriqueiro em nossa sociedade. Há centenas de anedotas a respeito, e poucas condenam a atividade "por fora" do casamento, desde que executada pelo marido. Chamar um homem de "galinha" no Brasil, sequer chega a ser um xingamento, mas no máximo uma leve repreensão, muitas vezes eivada de inveja. Claro que no caso da mulher infiel, a coisa muda de figura. Chamar de "galinha" é ofensa mortal.  É uma grande injustiça, fruto do machismo que ainda permeia a nossa sociedade. Mas eu é que não me meto a querer corrigir o mundo na sua visão machista da traição, não. Quem tem chifres que os ajeite como melhor lhe aprouver. E não será a primeira vez em que um chefe de Estado dá suas puladas de cerca, nem será a última. Muito antes de Dom Pedro I conceder o título de Marquesa à bela Domitilia, a corte era célebre por seus casos extraconjugais. Boa parte dos presidentes brasileiros tinham lá suas "peguetes" (para usar um termo mais atual). Na cultura latina, isso nem era considerado pecado grave. E segue sendo tolerado com bom humor. Estamos muito mais para os italianos que morrem de inveja de Silvio Berlusconi e suas festas "bunga-bunga", do que para o falso puritanismo americano que por pouco não causou o impeachment de Bill Clinton por suas aventuras sexuais com uma estagiária da Casa Branca. O caso do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, um voraz reprodutor extraconjugal, nunca causou espécie entre seus admiradores, mesmo ele tendo sido padre durante o período em que "pegava geral". Para a idiotia latino-americana, a promiscuidade (masculina, é certo) é quase um sinônimo de "macheza", desejável, portanto. Lula, ao ter uma amante, provavelmente não teria grande desgaste em sua imagem, tradicionalmente revestida de teflon contra escândalos de toda ordem. O fanatismo pró-Lula é tão arraigado, que esse seria considerado um "mal menor" e que, de mais a mais, nem é crime coisa nenhuma. No caso dele seria apenas mais uma faceta do folclore lulista, assim como seu hábito de tomar uns goles além da conta da "mardita pinga", e de abominar certos hábitos típicos de pessoas ditas civilizadas, como a leitura. De fato, os comentários dos leitores do "247" estavam, de modo geral, todos alinhados com esse pensamento: Lula é "o cara", além de "ter salvo o Brasil", é "pegador". Sabem como é, aos idiotas tudo é permitido.
Sabe-se que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve um caso extraconjugal, com uma jornalista da Globo. Ela teve um filho, que foi reconhecido por FHC como filho da união dos dois. Anos depois, provou-se que o filho não era de FHC, o que não muda absolutamente nada no fato de que houve um caso fora do casamento. Os blogs a serviço do lulopetismo estão explorando esse fato à exaustão, tentando traçar um paralelo entre os dois casos, de modo a "aliviar a barra" de Lula. À primeira vista, seria isso mesmo: dois presidentes, dois casos, nada de novo no front. Cada um que faça seu julgamento pessoal sobre esse tipo de comportamento. Creio que poucos farão uma censura rigorosa, talvez lembrando daquela frase de Jesus Cristo: "Atire a primeira pedra, quem nunca errou..."  Na mente nos lulistas, são casos análogos, e se um foi esquecido pela grande imprensa, o outro merece o mesmo destino.

Eu discordo disso - e mostro por quê.

Ter uma amante é "assunto particular", sem dúvida. Mas espetar a conta da manutenção da amante na viúva (leia-se: erário, o seu, o meu, o nosso dinheiro), já extrapola a seara do "particular" para chafurdar naquilo que o petismo tem de característico: a transformação da vida pública na privada (pode-se entender como quiser). A pornográfica e obscena mescla de dinheiro público com o desejo particular. A suruba entre assuntos de alcova e assuntos de Estado. Estou me lixando para o fato do ex-presidente Lula ter amante, seja uma, sejam dez.  Em algumas partes do mundo, a poligamia masculina é tradição milenar. No Irã islâmico do amiguinho de Lula, o nuclear Ahmadinejad, a poligamia é cultural (sempre masculina, se uma mulher seguir esse rumo acabará morta a pedradas, sob aplausos da turba enfurecida). Mas mesmo no Islã, o número de esposas é limitado pelo poder aquisitivo - e não vale incorporar as reservas monetárias do país na conta! No Brasil, é assunto estritamente particular. Mas no preciso instante em que Lula arruma um empreguinho camarada, regiamente remunerado, para a concubina, ele sai do "particular" e vai para o lodaçal do escândalo. Não se tem notícia de que FHC, ou qualquer outro mandatário, tenha tido tamanho escárnio para com a coisa pública. E assim sendo, o papelão moral que o ex-presidente protagoniza deixa de ser um assunto "particular", para virar notícia, com todos seus desdobramentos. No caso em questão, mais do que uma troca de favores, um ninho de roubalheira que a cada dia nos brinda com novidades. Não é caso amoroso, é caso de polícia. A "teúda" não se contentou em receber seus generosos proventos da administração pública. Resolveu diversificar as atividades, e, seguindo o modelito tão em voga nas hostes do petismo, prestar "consultoria" para fora. Emplacou os irmãos Vieira em duas Agências reguladores diretamente ligadas a interesses de pessoas que buscavam favores intermediados por ela. Arrumou, através de outra indicação sussurrada ao ouvido do "PR", uma boquinha para a filha na ANAC. Até para o ex-marido, ela deu um jeitinho de dar uma forcinha, arrumando um diploma fajuto para que ele pudesse conseguir um emprego na seguradora do Banco do Brasil. Em outras palavras, ela cuidou da família toda. Lula se declarou "esfaqueado pelas costas" com o episódio. Esfaqueado por quem? Pela amante? Tenho minhas dúvidas. A mulher já perdeu o emprego, a filha foi demitida, o ex foi demitido, ela está indiciada em processo na Polícia Federal. Fico aqui imaginando o estado de espírito de Rosemary, ao ver que seu "Coronel", ou, na expressão em inglês, "sugar daddy", pegou um vôo para a Europa para deixar o caso esfriar, e a deixou nas mãos "competentes" de Marcio Thomaz Bastos e equipe. Como ficarão as contas que vencem no final do mês? O condomínio da cobertura? Será que alguma alma caridosa vai pagar? Ou será que Lula vai repetir seu comportamento habitual, e deixá-la arder no mármore do inferno, declarar que foi vítima" e que "não sabia de nada"? Um expediente perigoso, para dizer o mínimo. No lugar da Rose, eu pediria garantias de vida à polícia, e faria um bom acordo de delação premiada com o Ministério Público. Imaginem o que pode estar trancado a sete chaves na cabeça da mulher?

Quanto a Lula, ele pode inventar os subterfúgios que quiser. É impressionante a capacidade quase inesgotável que esse cidadão possui, se se esmerar na produção de escândalos. Quando a gente pensa que já viu tudo, que estão esgotadas as alternativas para mais uma "cagada", lá vem ele com um balaio cheio de dejetos para emporcalhar a sua biografia. Até hoje, o revestimento de "teflon" que auferiu, ao longo de décadas de enganação e oito anos de mandato nos quais o clientelismo e a demagogia foram a tônica, resistiu a tudo. Um escândalo como o Mensalão mandaria a popularidade de qualquer um para o fundo do poço. Lula surfou no escândalo, pintou e bordou, e saiu com a maior cara lavada. É possível que saia de mais esta. Mas nada é certo. O povo tende a perdoar o fato de ter uma "teúda". Mas que ela seja "manteúda" com o dinheiro do contribuinte, é ir um pouco longe demais. Os que trabalham com o humor estão em polvorosa, com a mais nova safra de inspiração para suas charges. É bem capaz de Lula resistir a denúncias de toda espécie. Mas resistir ao humor implacável lhe será mais difícil. Agora, entre dezenas de epítetos nada elogiosos que ele recebe da oposição, somará mais um - o de pândego.

quarta-feira, outubro 17, 2012

O kit mentira do PT

A cada dois anos, mais ou menos quando o inverno vai chegando ao fim e a primavera se aproxima, o PT abre sua caixa de ferramentas, dispara a fazer terrorismo e a assacar mentiras. Não se trata de eventos fortuitos: são as armas que o partido dos mensaleiros usa recorrentemente no período eleitoral. Este ano não está sendo diferente.
O país assiste, perplexo, à deslavada intromissão da máquina petista nas campanhas às prefeituras municipais. Incitada por seu tutor, Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff pôs o governo dela a serviço das candidaturas petistas e também lançou mão, com gosto, do kit mentira do PT.
O arsenal inclui as mistificações de sempre em torno das privatizações, o anúncio de medidas populistas que depois não se efetivam, a manipulação de verbas orçamentárias e o emprego de bens públicos em favor de um aparelho partidário - prática que se consagrou no mensalão, ora sobejamente condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Com sua sede desmesurada pelo poder, este ano o PT está indo fundo no kit mentira. Vejamos.
No início de setembro, por ocasião da data de comemoração dos 190 anos da independência do país, Dilma ocupou rede nacional de rádio e TV para fazer proselitismo político. Comportando-se como militante partidária, atacou adversários e, com pompa e circunstância, anunciou aos brasileiros uma boa notícia que, se concretizada, só se materializará daqui a meses.
Soube-se agora, porém, que o que era acintoso tornou-se farsesco. No pronunciamento à nação, a presidente prometeu uma queda de 20%, em média, nas tarifas de energia praticadas no país. Eis que, ontem, o governo admitiu que a conversa da redução das tarifas não é bem assim: "Não posso garantir que dará 20%", disse Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética.
Ocorre que, ato contínuo ao pronunciamento-comício de 7 de setembro, para conseguir a desejada redução das tarifas o governo impôs às empresas do setor draconianas e intempestivas regras de renovação dos contratos de concessão que simplesmente instauraram o caos num segmento-chave para o futuro do país.
O novo modelo, que balizará contratos com duração de 25 anos, foi enviado ao Congresso na forma de medida provisória, ou seja, com obrigatoriedade de ser apreciado a toque de caixa. No Parlamento, já recebeu mais de 400 propostas de emendas e não se sabe com que irá sair de lá. A despeito disso, as companhias de energia estão tendo que tomar decisões que afetam seu futuro pelas próximas décadas em cima de simples conjecturas.
Mas o kit mentira do PT não se limita a ludibriar o cidadão com promessas temerárias ou com medidas inconsequentes. Inclui também dizer uma coisa em cima dos palanques e fazer outra no governo. É o caso, mais uma vez, das privatizações.
Este ano, depois de décadas negando o óbvio, o PT dobrou-se à evidência de que privatizar faz bem ao país. Mas bastou o período eleitoral chegar para os partidários de José Dirceu e seus mensaleiros tirarem do armário a velha fantasia antiprivatista, como fez ontem Fernando Haddad em São Paulo.
O neófito petista "acusou" José Serra de ter "a privatização na veia", numa referência ao bem sucedido modelo adotado no município e no estado de São Paulo que põe instituições como o Hospital Sírio-Libanês para cuidar (bem) da prestação de serviços de saúde à população mais carente, atendida pelo SUS.
O Sírio é o mesmo hospital onde Lula se curou do câncer na laringe. Seus tratamentos de ponta e sua reconhecida competência jamais seriam acessíveis a pobres sem que existisse o sistema adotado em São Paulo para a gestão da saúde. Haddad não apenas o critica, como propõe agora acabar com o modelo, o que pode simplesmente fechar o acesso de quem mais precisa a serviços de saúde de excelência.
Mas nem é preciso ir muito longe para rebater o mais novo pupilo de Lula em sua fantasia antiprivatista. Seu próprio partido cuida disso: ontem, em um seminário em São Paulo, o ministro Fernando Pimentel anunciou que o governo federal está apenas esperando "passar as eleições" para anunciar novas privatizações de aeroportos e portos, informou O Globo. Afinal, o PT é contra ou a favor de um serviço mais bem prestado aos cidadãos brasileiros?
O kit mentira dos petistas completa-se com a manipulação das verbas públicas, como mostra o Correio Braziliense. O Orçamento da União virou arma para os petistas tentarem ganhar eleições no grito: dos R$ 343 milhões empenhados pelo governo federal para emendas individuais neste ano, 93% foram para deputados e senadores de partidos aliados.
Outro caso escabroso é o anúncio de obras milionárias para Manaus, feito ontem por Dilma em audiência no Planalto. Como parte do pacote embusteiro, na próxima segunda-feira a presidente irá à cidade para tentar socorrer a candidata apoiada pelo PT - que no primeiro turno teve metade dos votos do tucano Arthur Virgílio e quase ficou fora da disputa.
As eleições são ocasiões em que a população renova sua confiança nas instituições e sua fé numa vida melhor. O PT e seus candidatos, porém, preferem distorcer o que deveria ser uma festa da democracia. A cada dois anos, a cada pleito, exercitam o que mais sabem fazer: enganar, com um monte de mentiras, a boa-fé dos brasileiros. O voto é a melhor, mais verdadeira e eficiente resposta a este embuste.
Por Pitacos Políticos

quarta-feira, outubro 10, 2012

Alma Lavada


“Saí daí, Zé Dirceu! Sai logo!”
E ele saiu. Foi “saído”. “A ameaça explícita citava Luiz Ignácio, como sendo o próximo alvo se o capitão do time” não fosse sacado.
Lula – o que não deixa companheiro na chuva – sabia do teor da ameaça. E em uma cerimônia patética, foi saudado pela então ministra Dilma (que o substituiria) como tinha sido “companheira de armas” do ministro demitido por corrupção ativa.

E Dirceu ameaçava: “Vou também voltar como militante e dirigente ao PT, que é, na verdade, a minha vida. Vou voltar para junto, ao lado e apoiando o presidente Genoino, percorrendo o Brasil. Vou mobilizar o PT para dar combate àqueles que querem interromper o processo político democrático e querem desestabilizar o governo do presidente Lula.”. (Percorreu o Brasil de jatinho, sendo o mais caro “consultor” que se tem notícia no Brasil. Só rivalizado por Palocci.)
Mas não bastava: “Quero repetir: continuo no governo como deputado da base de sustentação do governo e continuo no governo porque sou PT.” (Alguém duvida?).
E o presidente, com os olhos marejados, disse - após afirmar ter sido traído e pedir desculpas – as carinhosas palavras ao bandido prestes a ser hóspede da Papuda: “Compartilho seu sentimento de que esta decisão permitirá a você melhor defender nosso Governo, nosso partido e sua própria pessoa. Como parlamentar brilhante que é – um dos líderes políticos mais importantes e respeitados da República – você poderá, na Casa do Povo Brasileiro, desfazer as infundadas acusações lançadas por aqueles que querem desconstruir nossa história e nosso projeto de mudança social.”.
Após ser defenestrado do ministério – por receio de Lula do envolvimento e da lama que chegava às portas do gabinete presidencial, pois que na Casa Civil o ar de podre já se fazia notar! – Dirceu Caroço discursou na Câmara Federal na tentativa de não ser cassado e carimbado, pelos pares, como CORRUPTO:
“”Digo e repito, não como bravata, mas como compromisso de vida, que qualquer que seja o resultado que essa Casa decida hoje, eu vou continuar lutando para provar a minha inocência”. (Hoje viu-se no foro adequado para se provar inocência, que a luta foi em vão. A corrupção foi maior que as artimanhas urdidas no esgoto.).
E já tentava montar a farsa (esta sim verdadeira) do Caixa 2: “”O que houve foi o repasse irregular de recursos de campanha do PT para partidos aliados, mas o PT já está respondendo por isso”.
Havia mais: “”Eu não sou réu confesso. Cometi muitos erros políticos e estou pagando por eles. Mas tenho as mãos limpas”. (Para quem tem a alma suja, o cérebro apodrecido, o caráter vendido e a mentira como valor de vida, não há desinfetante que lave as mãos!).
De nada adiantou a histeria que comove as plateias dóceis dos descerebrados que precisam de deuses e semi-deuses. Da mentira ofertada em bacias de barro, que quebram ao menor toque. Dos cargos ofertados a um grupo de analfabetos que se vendem ao aparelhar um estado e acreditarem que já são os donos do mesmo. Dos crápulas que se julgam protegidos por um bandido, chefe de quadrilha, que fez um presidente e dirigia um governo.
Foi cassado. Até o Poder Legislativo não teve condições de abrigar um larápio no Congresso.
Dirceu, o que se julgava o todo poderoso, vale menos – no Poder Legislativo –que Jaqueline Roriz ou Renan Calheiros.
Mesmo assim não entendeu os sinais do que estava por vir.
Ainda se julgava o dono dos cordéis de um circo de marionete do qual julgava ter controle absoluto.
Tentou influencia na composição de uma Corte de Justiça.
Encontrou-se, fora do país, com advogados para na ocultação do sigilo, tentar montar estratégias que nunca passavam pela defesa, mas antes pela compra e intimidação.
Orgulhoso e pavão, não via que as penas do rabo já haviam caído. E que só os servis adoradores ainda lhe rendiam homenagens, que soavam patéticas ou ofensivas ao país.
Ancorou-se em Lula. Tentou o mesmo com Dilma.
E foi em frente certo que o bolivarianismo do amigo (dele) e do castrismo dos irmãos preferidos (dele!) dariam conta da punição. Não a si próprio. Mas a todo um país.
Comprou (caro, pois quem se vende sempre vale menos do que pede!) “jornalistas” e blogs. Mobilizou uma tropa nas redes sociais, esquecendo-se que neste campo, ao menos, é necessário saber escrever! A ignorância manifesta dos kamikazes do PT não dava credibilidade alguma a quem, na vida, havia lido ao menos um livro. Mesmo que de contos infantis.
Ironizava o STF. Desqualificava a Procuradoria Geral da República. Demonizava quem simplesmente, sem antolhos, olhava a realidade. Comprava apoios (como sempre!). Exigia fidelidade de uma tropa de hienas que se sabia menor do que a função que ocupavam.
E o dia de hoje aconteceu.
Nove de Outubro de 2012.
José Dirceu de Oliveira e Silva completou o ciclo da vergonha!
Expulso do Poder Executivo, cassado pelo Poder Legislativo, foi CONDENADO pelo Poder Judiciário.
Em votos históricos (TODOS NÓS) ouvimos a Justiça se manifestar.
Seja de Lewandovsky, ícone da vergonha ou de Tofolli, exemplo da subserviência e covardia. São contrapontos para mostrar que a decência não decorre de um cargo. É predicado de cada homem.
E de todos os outros JUÍZES. Da indignação que nasceu de cada voto!
E que ampliou a nossa indignação.
Ouvimos nossas vozes nas vozes de quem honra a toga e o Judiciário. E ficamos emocionados.
Não comemoro a prisão de um homem qualquer. Existem vários que merecem o mesmo destino.
Comemoro a luta que não abandonamos. A fé que nos animou. A certeza de que esta vitória, um dia, viria.
Se na ditadura enfrentamos baionetas em mãos de quem nos usurpou o poder, hoje lutamos contra quem desonrou o mandato popular que recebeu, democraticamente. E talvez por isso, seja mais indigno (moralmente e não na ferocidade) que os outrora gorilas que nos aprisionaram em uma noite sem fim.
A diferença? Na ditadura, não havia a esperança da JUSTIÇA. O Judiciário independente e sem amarras. Havia uma resistência dos verdadeiros juristas (Sobral Pinto à frente!) que sentiria VERGONHA dos atuais rábulas de aluguel.
Hoje o Judiciário É LIVRE! A democracia que ELES não queriam e que em muito pouco contribuíram – no modelo que temos hoje, e não em um pseudo castrismo socialista! – mostrou-se mais forte que o delírio do pensamento único. Que gera ladrões, pais da pátria e mentirosos. Além de corruptos condenados!

Que todo brasileiro com vergonha na cara, hoje, tenha orgulho de ser assim.
Não, não somos palhaços. Não somos raivosos. Não somos ignorantes. Não somos venais.
Somos BRASILEIROS! E isto tem seu valor.
Por mais que nunca – jamais – seja entendido por capitães de time de projetos totalitários ou chefes de quadrilha!
Por REINALDO-BH

sexta-feira, junho 01, 2012

‘Derrotado pelo ego, Lula deixou-se vencer também pela raiva’, por Mauro Pereira

Sempre temi a chegada do PT ao poder. Não só por conta de sua retórica barata, muito bem ensaiada nos grotões do retrocesso, que entoa a mesma arenga ─ desgastada pela credibilidade ─ que celebra as maravilhas de um socialismo redentorista chulo e ultrapassado que não resistiu às ruínas do Muro de Berlim. A principal razão do meu temor sempre foi a selvageria irresponsável e oportunista que marcou a atuação do partido enquanto esteve na oposição.
Quem já teve o dissabor de enfrentar a violência empregada pelos cães de guerra petistas em campanhas eleitorais, inclusive em municípios minúsculos e teoricamente sem relevância estratégica, sentiu na pele os efeitos devastadores da mentira e da injúria, suas ferramentas preferidas de convencimento. E aprendeu que a arma menos contundente por eles utilizada é a da intimidação, em todas as formas concebidas pela canalhice.
Não me surpreende, portanto, o cenário de premeditada desordem institucional protagonizado pela horda petista com o intuito de constranger ministros do STF às vésperas do julgamento do mensalão. Embora previsível, obriga-me a imaginar até que ponto Lula e seus sequazes estariam dispostos a apostar na tensão social como a saída derradeira para socorrer os mensaleiros de estimação e evitar que a biografia do ex-presidente seja para sempre maculada pela pecha de mentiroso.
Depois de mais de trinta anos acompanhando a decomposição ética do partido, e de ter enfrentado cara a cara a ira petista, posso afirmar que eles não hesitariam em investir todas as suas fichas na instalação do caos, se necessário para alcançar seus objetivos. A sociedade brasileira não pode se iludir com a arenga lamurienta na encenação, mas rancorosa na finalidade, repetida pelos lulas, dirceus e genoínos. Nada nas hostes petistas ocorre por acaso. Cada movimento é planejado meticulosamente e ensaiado à exaustão. Tanto assim que a contra-ofensiva ao escândalo do mensalão, sustentada na balbúrdia, só não se consumou graças`à covardia de uma oposição que capitulou ao deixar de propor o impeachment de Lula.
Como prometem agora, também em 2005 estavam preparados para mobilizar a turba enfurecida composta por sindicalistas apelegados, líderes estudantís regiamente compensados, movimentos sociais financeiramente engajados, intelectuais embolorados ainda estacionados no sonho da “turma de 67″, blogueiros financiados pelo dinheiro público, emissoras de televisão agradecidas, mercenários em busca do melhor soldo e políticos aproveitadores que sempre viveram amparados na sujeição abjeta.
Ao transformar a solenidade na Câmara de Vereadores que o homenageou com o título de cidadão paulistano em caixa de ressonância de sua insensatez, reafirmando que o mensalão nunca existiu e que tudo foi um ardil patrocinado pela imprensa e pelas zelites, Lula sabia que embarcara numa aventura perigosa e sem volta. Aferrado à tática de desqualificar quem não se subordeina à sua opinião, elegeu Brasília como o palco perfeito para atacar com ferocidade os jornalistas que não lhe prestam vassalagem. Deixou transparecer com nitidez que envelheceu apenas fisicamente. A alma guarda o mesmo frescor de trinta anos atrás. O ódio a preservou da ação do tempo.
É triste assistir ao prelúdio do ocaso de um líder parido no ventre das massas populares, que tinha tudo para eternizar-se como o governante hábil e pacificador que uniu uma nação sob o manto da liberdade, da igualdade e da brasilidade. Derrotado pelo ego, arrisca-se a entrar para a história como um farsante que, consumido pelo rancor incontrolável, preferiu render-se aos encantos da notoriedade a arrebatar da subsistência precária milhões de famílias.
Da mesma forma que lhe aguçou a inteligência, a raiva companheira lhe solapou a sabedoria. Perdeu o Brasil, perdemos nós. Infelizmente.
MAURO PEREIRA

sábado, fevereiro 11, 2012

A mãe do PAC pariu um filho retardado?

1-Dilma cancela visita às obras da Ferrovia Transnordestina
Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo relata que foi cancelada a viagem, prevista para esta quinta-feira, da presidente Dilma Rousseff a Missão Velha, no sertão do Cariri, divisa do Ceará com Pernambuco. O palco que receberia a presidente teria sido montado em um trecho da obra da ferrovia Transnordestina, que estaria paralisada. A decisão do Planalto pelo cancelamento teria sido para evitar constrangimentos, diante da constatação de abandono da obra. A reportagem afirma que, 24 horas antes da visita de Dilma, eram encontrados apenas quatro empregados trabalhando na construção da ponte 01 de Missão Velha. 

2-Obras da Transposição do São Francisco Abandonadas 
Alojamentos depredados e saqueados no meio da caatinga, ao lado de um canal tomado pelo mato e corroído pela erosão, formam o cenário de abandono em vários trechos das obras da transposição das águas do rio São Francisco, projeto federal de R$ 6,8 bilhões iniciado em 2007 e parcialmente paralisado há cerca de um ano.(FSP)

 Não é aceitável que após um ano de seu governo e 6 anos do lançamento do programa que deveria estar concluído em 2010, Dilma somente agora determine que as obras do PAC sejam controladas. No governo anterior não era ela a gerentona eficiente? As obras não eram controladas? Dilma foi eleita porque segundo seu guru trombeteou aos quatro ventos, ela seria a mais eficiente gerente que ele havia conhecido. Mas a gerentona não só não viu ou não quis ver as falcatruas e roubalheiras que aconteciam nos Ministérios no seu primeiro ano de governo.O que se desviou de dinheiro público nesses ministérios não foi pouca coisa. Foram bilhões.Numa empresa privada, ela teria sido demitida sumariamente.Mas como ela faz parte de um plano mais amplo de poder do seu partido, o marketing "cara de pau" do Planalto, ainda pilotado de um apartamento em São Bernardo do Campo joga cortina de fumaça nos olhos da opinião pública e publicada. A melhor imagem que consegui obter para definir o PAC está abaixo.




Reunião no Palácio de Ondina




Acima os petistas provando de seu próprio veneno num vídeo bem-humorado.

Abaixo, Sponholz mostra em sua charge contundente e inteligente a realidade da Segurança Pública nos estados governados pelos petistas e seus aliados.

Petismo: Movimento político ou doença mental?

Uma das melhores e mais espirituosas definições do petismo eu vi hoje num comentário de um blog:

"Petismo: doença mental grave cujos sintomas principais são: alienação, perda total do bom senso, hipermetropia seletiva, dificuldade para completar raciocínios, psicopatia comunista e cinismo crônico."

Essa definição se aplica muito bem quando vejo a pressa dos líderes petistas representados pelo Presidente Rui Falcão em elaborar uma cartilha para tentar explicar o inexplicável, ou seja, a diferença entre privatização e concessão.Essa cartilha está sendo divulgada pelos blogs chapa-branca e pela imprensa avermelhada que só fazem repetir à moda do papagaio as idéias de jerico saídas da cúpula petista. É uma tentativa um tanto imbecil de poderem continuar atacando falaciosamente as privatizações e/ou concessões feitas no governo FHC e desqualificarem as oposições. Essa cartilha por si só é uma piada pronta. Só alienados ou mal-intencionados acreditam nela.
É certo que a tática petista de atacar as privatizações/concessões do governo tucano deu certo em 2006 e em 2010 ainda mais que os atacados foram covardes e omissos em não responderem à altura e esclarecerem a opinão pública.
Mas é mais certo ainda que aquelas privatizações e concessões deram resultados tão bons tanto que o governo petista que se sucedeu não moveu nenhuma palha para revertê-las embora tivessem os instrumentos da Lei para tal, desde que provassem eventuais falcatruas ou a ineficácia do processo.

Ao contrário, o governo petista se beneficia hoje dos bons resultados assim como todos os brasileiros.
Hoje, o sistema de telecomunicações atende 100% dos brasileiros, o sistema de transmissão e distribuição de energia conseguiu acompanhar de certa forma o crescimento da demanda energética.É claro que o sistema ainda não é perfeito e ainda é caro. Mas uma melhoria contínua dos sistemas seria possível se a ANEEL e a ANATEL fossem mais eficazes na regulação.Só não é assim porque o petismo aparelhou as agências reguladoras e as tornou cabides de emprego político para seus companheiros e seus aliados.

A EMBRAER que estava às moscas há 20 anos atrás, hoje é a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo. A VALE que era um dos maiores cabides de emprego do país até 1994, tornou-se a maior mineradora do mundo. No setor de transportes, estradas estaduais privatizadas sob a forma de concessão com outorga onerosa como em São Paulo, são consideradas de Primeiro Mundo. Parcela da arrecadação do pedágio é revertida ao poder público que utiliza o dinheiro para manutenção das estradas secundárias e vicinais. Mal e mal, algumas estradas federais foram privatizadas "à moda petista" sem a outorga que custearia a manutenção das demais rodovias federais. Isso barateia o pedágio mas não assegura melhores rodovias no curto prazo. Daí que o usuário paga um valor menor mas continua trafegando por estradas inseguras pois as obras de melhorias são demoradas, por falta de fluxo de receita adequada.Um exemplo típico é a BR-116 Sul ( ainda chamada de Rodovia da Morte), onde o usuário agora paga para continuar tendo o mesmo risco de morte no trecho de Miracatu. Na BR-324 (Salvador-Feira de Santana), agora o bahiano paga R$ 1,70 para trafegar nos mesmos buracos, nas mesmas condições de insegurança que antes da privatização/concessão.A única coisa que fizeram foi cortar o mato e tapar buracos.

A brilhante charge do Sponholz , diz tudo sobre isso.Como sempre, uma imagem diz mais que muitas palavras.