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quarta-feira, outubro 10, 2012

Alma Lavada


“Saí daí, Zé Dirceu! Sai logo!”
E ele saiu. Foi “saído”. “A ameaça explícita citava Luiz Ignácio, como sendo o próximo alvo se o capitão do time” não fosse sacado.
Lula – o que não deixa companheiro na chuva – sabia do teor da ameaça. E em uma cerimônia patética, foi saudado pela então ministra Dilma (que o substituiria) como tinha sido “companheira de armas” do ministro demitido por corrupção ativa.

E Dirceu ameaçava: “Vou também voltar como militante e dirigente ao PT, que é, na verdade, a minha vida. Vou voltar para junto, ao lado e apoiando o presidente Genoino, percorrendo o Brasil. Vou mobilizar o PT para dar combate àqueles que querem interromper o processo político democrático e querem desestabilizar o governo do presidente Lula.”. (Percorreu o Brasil de jatinho, sendo o mais caro “consultor” que se tem notícia no Brasil. Só rivalizado por Palocci.)
Mas não bastava: “Quero repetir: continuo no governo como deputado da base de sustentação do governo e continuo no governo porque sou PT.” (Alguém duvida?).
E o presidente, com os olhos marejados, disse - após afirmar ter sido traído e pedir desculpas – as carinhosas palavras ao bandido prestes a ser hóspede da Papuda: “Compartilho seu sentimento de que esta decisão permitirá a você melhor defender nosso Governo, nosso partido e sua própria pessoa. Como parlamentar brilhante que é – um dos líderes políticos mais importantes e respeitados da República – você poderá, na Casa do Povo Brasileiro, desfazer as infundadas acusações lançadas por aqueles que querem desconstruir nossa história e nosso projeto de mudança social.”.
Após ser defenestrado do ministério – por receio de Lula do envolvimento e da lama que chegava às portas do gabinete presidencial, pois que na Casa Civil o ar de podre já se fazia notar! – Dirceu Caroço discursou na Câmara Federal na tentativa de não ser cassado e carimbado, pelos pares, como CORRUPTO:
“”Digo e repito, não como bravata, mas como compromisso de vida, que qualquer que seja o resultado que essa Casa decida hoje, eu vou continuar lutando para provar a minha inocência”. (Hoje viu-se no foro adequado para se provar inocência, que a luta foi em vão. A corrupção foi maior que as artimanhas urdidas no esgoto.).
E já tentava montar a farsa (esta sim verdadeira) do Caixa 2: “”O que houve foi o repasse irregular de recursos de campanha do PT para partidos aliados, mas o PT já está respondendo por isso”.
Havia mais: “”Eu não sou réu confesso. Cometi muitos erros políticos e estou pagando por eles. Mas tenho as mãos limpas”. (Para quem tem a alma suja, o cérebro apodrecido, o caráter vendido e a mentira como valor de vida, não há desinfetante que lave as mãos!).
De nada adiantou a histeria que comove as plateias dóceis dos descerebrados que precisam de deuses e semi-deuses. Da mentira ofertada em bacias de barro, que quebram ao menor toque. Dos cargos ofertados a um grupo de analfabetos que se vendem ao aparelhar um estado e acreditarem que já são os donos do mesmo. Dos crápulas que se julgam protegidos por um bandido, chefe de quadrilha, que fez um presidente e dirigia um governo.
Foi cassado. Até o Poder Legislativo não teve condições de abrigar um larápio no Congresso.
Dirceu, o que se julgava o todo poderoso, vale menos – no Poder Legislativo –que Jaqueline Roriz ou Renan Calheiros.
Mesmo assim não entendeu os sinais do que estava por vir.
Ainda se julgava o dono dos cordéis de um circo de marionete do qual julgava ter controle absoluto.
Tentou influencia na composição de uma Corte de Justiça.
Encontrou-se, fora do país, com advogados para na ocultação do sigilo, tentar montar estratégias que nunca passavam pela defesa, mas antes pela compra e intimidação.
Orgulhoso e pavão, não via que as penas do rabo já haviam caído. E que só os servis adoradores ainda lhe rendiam homenagens, que soavam patéticas ou ofensivas ao país.
Ancorou-se em Lula. Tentou o mesmo com Dilma.
E foi em frente certo que o bolivarianismo do amigo (dele) e do castrismo dos irmãos preferidos (dele!) dariam conta da punição. Não a si próprio. Mas a todo um país.
Comprou (caro, pois quem se vende sempre vale menos do que pede!) “jornalistas” e blogs. Mobilizou uma tropa nas redes sociais, esquecendo-se que neste campo, ao menos, é necessário saber escrever! A ignorância manifesta dos kamikazes do PT não dava credibilidade alguma a quem, na vida, havia lido ao menos um livro. Mesmo que de contos infantis.
Ironizava o STF. Desqualificava a Procuradoria Geral da República. Demonizava quem simplesmente, sem antolhos, olhava a realidade. Comprava apoios (como sempre!). Exigia fidelidade de uma tropa de hienas que se sabia menor do que a função que ocupavam.
E o dia de hoje aconteceu.
Nove de Outubro de 2012.
José Dirceu de Oliveira e Silva completou o ciclo da vergonha!
Expulso do Poder Executivo, cassado pelo Poder Legislativo, foi CONDENADO pelo Poder Judiciário.
Em votos históricos (TODOS NÓS) ouvimos a Justiça se manifestar.
Seja de Lewandovsky, ícone da vergonha ou de Tofolli, exemplo da subserviência e covardia. São contrapontos para mostrar que a decência não decorre de um cargo. É predicado de cada homem.
E de todos os outros JUÍZES. Da indignação que nasceu de cada voto!
E que ampliou a nossa indignação.
Ouvimos nossas vozes nas vozes de quem honra a toga e o Judiciário. E ficamos emocionados.
Não comemoro a prisão de um homem qualquer. Existem vários que merecem o mesmo destino.
Comemoro a luta que não abandonamos. A fé que nos animou. A certeza de que esta vitória, um dia, viria.
Se na ditadura enfrentamos baionetas em mãos de quem nos usurpou o poder, hoje lutamos contra quem desonrou o mandato popular que recebeu, democraticamente. E talvez por isso, seja mais indigno (moralmente e não na ferocidade) que os outrora gorilas que nos aprisionaram em uma noite sem fim.
A diferença? Na ditadura, não havia a esperança da JUSTIÇA. O Judiciário independente e sem amarras. Havia uma resistência dos verdadeiros juristas (Sobral Pinto à frente!) que sentiria VERGONHA dos atuais rábulas de aluguel.
Hoje o Judiciário É LIVRE! A democracia que ELES não queriam e que em muito pouco contribuíram – no modelo que temos hoje, e não em um pseudo castrismo socialista! – mostrou-se mais forte que o delírio do pensamento único. Que gera ladrões, pais da pátria e mentirosos. Além de corruptos condenados!

Que todo brasileiro com vergonha na cara, hoje, tenha orgulho de ser assim.
Não, não somos palhaços. Não somos raivosos. Não somos ignorantes. Não somos venais.
Somos BRASILEIROS! E isto tem seu valor.
Por mais que nunca – jamais – seja entendido por capitães de time de projetos totalitários ou chefes de quadrilha!
Por REINALDO-BH

Um comentário:

Ricardo Rayol disse...

Luis Ignorácio deve estar com as barbas de molho.
Ouvi o Boff cuspindo sua ira contra aqueles que condenaram o coitadinho do genoíno, esquecendo ele que um assessor foi pego com as cuecas recheadas.