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sexta-feira, maio 26, 2006

Quanto pesam os encargos sociais (final)

O empregado do setor privado recebe líquido em média 80% do seu salário bruto. O mesmo acontece com o empregado do setor público.A média salarial dos dois setores é : setor privado- 827 reais mensais; setor público – 1283 reais.
Como ficam as diferenças? Por um salário médio 55% maior, o funcionário público trabalha 47% menos.
O Setor público paga 14 salários (incluindo gratificações e adicionais por tempo de serviço) aos seus funcionários, recolhe encargos equivalentes a 4,2 salários e eles trabalham efetivamente menos de cinco meses por ano.
Resumindo: o trabalhador do setor privado ganha, considerando as benesses trabalhistas, o equivalente a R$ 1.245,65 por mês e o trabalhador do setor público ganha o equivalente a R$3.904,78 – mais que 3 vezes. Mas no caso do funcionalismo público o “buraco previdenciário” é bem mais embaixo. No ano passado, a Previdência Social pagou R$ 88 bilhões a 19 milhões de beneficiários do INSS e arrecadou R$ 71 bilhões das contribuições de empresas e trabalhadores da iniciativa privada. No serviço público, foram pagos R$ 61 bilhões a 3,2 milhões de servidores inativos e pensionistas e arrecadou R$ 22 bilhões. Assim, o governo complementou a diferença de R$ 39 bilhões para o serviço público e de R$ 17 bilhões para a iniciativa privada. Ou seja, pensionistas e aposentados do setor privado receberam em média R$ 4.700,00 em pensões, aposentadorias, assistência médica e social, e pensionistas e trabalhadores do setor público receberam em média R$ 19.500,00 em pensões, aposentadorias, assistência médica e social – 4 vezes mais.
Resumo final: Este é o tamanho da desigualdade no Brasil. O trabalhador privado tem uma renda 3 vezes inferior e benefícios sociais 4 vezes inferiores aos trabalhadores públicos. Está sujeito aos humores da economia, às incompetências governamentais, ao arrocho fiscal, ao desemprego, ao sub-emprego, à informalidade, é perseguido por isto pois sobre os informais se abate a suspeita da sonegação. O empregador privado médio é rotulado de elite, de burguês, de explorador. Também está sujeito aos humores da economia, às incompetências governamentais, ao arrocho fiscal, às recessões não provocadas por ele, à falência. Tudo isto por ter concordado em correr riscos, trabalhar muitas horas a mais que seus empregados para “pedalar a bicicleta” de seu negócio e produzir para si e para o país.

E depois não me venham dizer que não é pra se indignar com os mensalões, com a esmola do Bolsa-Família que repito, NÃO ajuda nada no combate à desigualdade, com as mentiras e com a cara de pau deslavada daqueles que hoje estão no poder, comandados pelo Apedeuta-mor.

4 comentários:

Anônimo disse...

Estou aqui para convidá-lo a conhecer meu espaço: mundofractal.zip.net Comentários e reflexões sobre as situações hoje vividas. Um pouco de tudo que nos rodeia. De uma passada lá e deixe sua marca.

Anônimo disse...

Tunico,

Só tem um detalhe, a economia no rumo que anda, vai chegar uma hora que não haverá mais dinheiro pra pagar tantos benefícios, e aí?

Esse país esta indo pro buraco!

Anônimo disse...

Tunico, foi excelente a série sobre os custos do Estado brasileiro e do que representam na construção de um país de miseráveis, tão ao gosto dos tiranos medíocres.
Gostaria de ter sua autorização para indicar a leitura aos integrantes dos meus grupos de política.
Obrigada.

Beijos e bom final de semana.

Anônimo disse...

Aprendi muito