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quarta-feira, setembro 15, 2004

Reminiscências Profissionais(4)

1995/1996
Vôo solo

Pela segunda vez na vida profissional, parti para um vôo solo. Diferentemente da primeira vez, onde tínhamos uma recessão braba, dentro da nova experiência do Plano Real, país em retomada de crescimento, globalização em curso, 10 anos mais velho, bem mais experiente no trato comercial e gerencial. A idéia acalentada já há um ano, era aproveitar a onda, com uma lista de contatos comerciais bem ampla. Fundei minha empresa em associação com um colega de faculdade também ex-colega da minha ex-empregadora, doravante chamada de “viúva”. Naturalmente, este primeiro ano foi de resultado “quase zero” com algumas consultorias aqui e ali. Consegui para o meu colega uma consultoria como terceirizado na “viúva”, no projeto do túnel Jânio Quadros. Quando “alguéns et caterva” lá na “viúva” souberam que eu de alguma forma estava ligado a ele, tentaram cancelar o contrato e chegaram a falar que o motivo era que eu seria “persona non grata” na empresa. Quanta baixaria!!! Realmente, a "viúva" não era mais a mesma. Eu havia juntado um pequeno “pé-de-meia” que serviu de capital de giro. Em 1996, o primeiro grande contrato com uma multinacional, conseguido através de amigos que lá haviam trabalhado. Amigos estes que depois viriam a ser “associados”. Neste mesmo ano, através de meus contatos, consegui um grande contrato com uma multinacional francesa “roubando” este contrato da “viúva”. Este cliente permaneceu conosco até 2002 quando saiu do Brasil por conta das incertezas econômicas de nosso país.

A experiência como empresário se comparada à de empregado é muito mais rica. Se por um lado, como empregado, você tem uma certa estabilidade, direitos garantidos, a posição de executivo exige dedicação além da conta. Saí da “viúva” com 3 férias vencidas, ou seja, 3 anos sem aquele tempinho para relaxar e se dedicar a você mesmo. A jornada de trabalho era em média de 11 horas por dia. Eu na minha posição não tinha a obrigatoriedade de horário fixo, rígido mas acabava sempre me dedicando horas a mais, nunca a menos. Como empresário, você não tem hora, não tem sábado, domingo, feriado, FGTS, décimo terceiro, o seu sucesso depende de você e do incentivo que você dá aos seus colaboradores, a instabilidade é constante, depende dos humores do mercado. A sua capacidade criativa é altamente incentivada. É muito mais desafiante.
É como eu digo: Você vive entre momentos de profunda euforia e profunda depressão.
Mas quando você se programa, pode muito bem fazer um “day-off”.Aquela sensação gostosa de cabular aula sem dar satisfações a ninguém. Se a grana dá e o cliente deixa, você fecha o “buteco” por 15 dias e vai viajar. Se o cliente é mau cliente, você pode mandá-lo passear. Você pode até se dar ao luxo de fazer um blog e postar reminiscências como agora estou fazendo em plena quarta-feira, às 11:25 da manhã sem ter um pentelho tentando policiar o que você está fazendo.

3 comentários:

Santos Passos disse...

Ó Tunico!
Vai trabalhar, sô!
ass: O Pentelho

Santos Passos disse...

Agora, falando sério: escrever essas reminiscências é um trabalho super útil. Pena não ser remunerado. Mas nada é perfeito. ;-)
Abração do
SP

Anônimo disse...

Excellent, love it! Murrieta ca womens club cartoon sex buy levitra online answering service payday loan