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terça-feira, agosto 31, 2004

reminiscencias pessoais - continuação

1976/1979... continuação

Com minha ficha devidamente limpa, obra do meu ex-futuro sogro, terminei as faculdades. Terminou também o namoro que tinha virado noivado. Já estava a esta época, totalmente despolitizado. Virei cria do milagre brasileiro. Era rico e não sabia. Tinha emprego, carro do ano, sem obrigações, solteiro, cama, comida e roupa lavada. Era a época do General Geisel. A época do choque do petróleo. Éramos imunes aos choques internacionais. Uma ilha de tranqüilidade. Época da abertura lenta, gradual e segura.Conheci em 1977, uma garota linda. Namoramos. Noivamos. Casamos em 1979. Compramos casa pelo SFH, via Banco do Brasil. Moleza pagar...só 11 anos.

1980/1982
Nasce minha filha. Nasce também neste ano, um partido político que se intitulava representante dos trabalhadores. E eu me perguntava à esta época. Quem são estes sujeitos que pretendem defender os trabalhadores mas me chamam de burguês? Eu trabalho 8,5 horas por dia, seis dias por semana e não posso ser considerado companheiro deles? A recessão econômica por conta dos choques internacionais e pelas “cagadas” dos milicos e de políticos a eles ligados começava a se apresentar. Os negócios rareavam. A empresa onde eu trabalhava demitia. O “facão” passou a ser a ordem do dia.O Presidente era o General Figueiredo, aquele que gostava mais de cheiro de cavalo que de gente.Veio a anistia. Serra, Covas, Fernando Henrique, José Serra, Brizola, entre tantos outros... O caso do Rio Centro repercute.

1983
Me demito do meu emprego. Vou trabalhar por conta.Passo um aperto do cacete. O Partido dos Trabalhadores, que podia me representar, não está nem aí pra mim. Não me sinto representado. A minha vida depende só de mim.E eu faço por acontecer.Minha pequena empresa formada por mim e minha esposa, floresce. Campanha pelas Diretas Já. Nunca eu havia votado para Presidente. E já tinha sido mesário, nas eleições por 3 vezes... O problema da violência urbana aumenta.

1984 /1985
Colégio Eleitoral. Tancredo é eleito. Morre antes de tomar posse. Sarney assume. É o princípio da redemocratização e o final melancólico da Ditadura. O General Figueiredo sai pela porta dos fundos e é esquecido. Chega a Nova República.

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