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segunda-feira, dezembro 05, 2005

Lições do cotidiano que a vida nos ensina

Hoje, na hora do almoço, eu estava saindo do escritório quando fui abordado na calçada por um senhor idoso, humilde, me perguntando se a Rua Rodésia estava longe.
Eu lhe disse que sim, longe demais (uns 2 quilômetros).
Ele me confessou que havia errado o ônibus e estava perdido. Me disse com orgulho que havia completado 80 anos de idade, era baiano de Jacobina, acostumado a andar a pé e que não haveria problema em andar se eu lhe indicasse como chegar até a tal rua.
Indiquei a ele a direção e ressaltei que era longe e havia uma ladeira no meio do caminho. Ele não se importou. Disse que estava acostumado. Agradeceu a indicação. Porém, repentinamente ele se vira para mim e fala:

“Doutor, o senhor continue sempre assim, sorrindo, que a vida lhe sorrirá. O que mata a gente é a raiva e tristeza. Deus não quer que as pessoas se queixem da vida. Ele tem tão pouco tempo para se preocupar com todo este povo que nós temos que ajudar, com nossa alegria. Eu cheguei aos 80 anos e 3 meses de idade porque sempre levei a vida sorrindo. Vim da minha terra em 1951, achando que São Paulo era um paraíso. Hoje vejo que não era bem assim, mas não volto para lá porque tenho vergonha de reconhecer que se lá estivesse, estaria melhor. Meus parentes de lá estão tranqüilos, dormindo embaixo do umbuzeiro, com um monte de umbu cobrindo o carro deles.

Eu não tenho carro, mas moro num barraco que não é o mais bonito nem o mais feio da minha rua, crei meus filhos e estou feliz assim”.

Eu lhe respondi que aprendi a sorrir quando morei na terra dele, Bahia.Ele riu muito e me perguntou: “O senhor ainda ri, apesar do Lula?” Rimos juntos. (Lula virou piada mesmo).

Me disse então que morava em Campo Limpo mas tinha um imóvel que alugava na rua Rodésia ( são pelo menos 15 quilômetros de distância), que ele havia contratado aluguel para ajudar parentes e que a cada 3 meses, ele ia pagar com o dinheirinho da aposentadoria do INPS.

Pensei até em pegar meu carro e dar-lhe uma carona, mas ele estava tão determinado a andar que deixei pra lá.

Nos despedimos e ele se foi. Parti para a minha lida diária. Não almocei, pois tinha compromissos profissionais. Faço isso costumeiramente há uns 2 anos. Não almoço.Só janto. Tenho que batalhar a vida como esse senhor aos 80 anos e 3 meses de idade e só tenho 53 anos e 7 meses. Ainda sorrio. Vejo tudo com otimismo.

Sonho que Lula, seus asseclas e todos políticos mentirosos tanto da situação como da oposição ainda um dia serão banidos da face deste país.


E que tanto este senhor (que soube chamar-se Antonio- meu xará) como todos nós, poderemos ter uma vida melhor, sem mentiras, sem caradurismos, sem esmolas e com perspectivas reais de desenvolvimento.

Aí poderemos sorrir de verdade, sem ser com os dentes travados.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bauêr!
Como ambos temos a mesma idade, somos amigos há .... deixe-me ver.... quase 40 anos (!), só posso assinar embaixo o que o Sr Antonio e vc disseram: vamos ser otimistas, rir, mas rir muito, da vida levamos os amigos que temos, as pessoas puras de coração e sinceras de alma como vc e o Sr Antonio que vc conheceu andando no nosso bairro.... grande bj da 'always friend' Mu